Rússia acusa Ocidente de tentar minar acordo de cessar-fogo em Nagorno-Karabakh

Os países do Ocidente estão provocando nacionalistas de Armênia e Azerbaijão para tentar fazer o acordo de cessar-fogo fracassar, acusou hoje (18) o diretor do Serviço de Inteligência da Rússia (SVR, na sigla em russo), Sergei Naryshkin.
Sputnik

"Temos informações de que alguns países ocidentais estão usando os canais existentes para provocar nacionalistas armênios e azeris para tentar desacreditar o acordo de cessar-fogo e fazê-lo fracassar", disse Naryshkin.

Segundo o diretor do SVR, esses países estão dizendo aos armênios que o cessar-fogo em Nagorno-Karabakh representa a derrota de Erevan, e aos azeris que o Kremlin "roubou sua vitória".

"Os Estados Unidos e seus aliados estão chateados porque a guerra foi encerrada com a mediação de Moscou. Isso, basicamente, anulou anos de seus esforços para reduzir a influência da Rússia na região do Cáucaso", disse Naryshkin.

De acordo com o diretor do SVR, EUA e União Europeia tentam colocar Armênia e Azerbaijão um contra o outro para desmantelar a balança de poder regional.

Rússia acusa Ocidente de tentar minar acordo de cessar-fogo em Nagorno-Karabakh

Conselho da Federação aprova uso de militares russos em Nagorno-Karabakh

Mais cedo, a câmara alta do parlamento russo - o Conselho da Federação - aprovou o envio das Forças Armadas do país para Nagorno-Karabakh como parte da missão de paz e em resposta ao pedido do presidente Vladimir Putin.

Segundo a Constituição da Rússia, o Conselho da Federação é responsável pelas decisões que envolvem a possibilidade do uso de militares no exterior.

O legislador Andrei Klishas explicou que as Forças Armadas foram enviadas a Nagorno-Karabakh sem o consentimento do Conselho da Federação devido ao trágico desenvolvimento dos acontecimentos e pela morte de cidadãos russos.

"A presidente do Conselho da Federação pediu que analisássemos exaustivamente a situação do ponto de vista constitucional no dia 10 de novembro, que avaliássemos a necessidade de dar consentimento ao presidente. Claro, o presidente tinha o direito de usar as Forças Armadas russas em regime de urgência, de acordo com a lei e em conformidade com o decreto do Conselho da Federação de 2009, uma vez que a situação estava se tornando trágica, com pessoas morrendo, com a morte de cidadãos russos e um helicóptero russo abatido", disse Klishas.

No dia 10 de novembro, Putin, o presidente azeri Ilham Aliev e o premiê armênio Nikol Pashinyan assinaram um acordo de cessar-fogo que encerrou seis semanas de enfrentamentos pelo controle de Nagrono-Karabakh e inclui o envio de uma força de paz da Rússia.

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