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'Respeito à soberania': BRICS aprova Estratégia de Contraterrorismo durante cúpula

Reunidos em videoconferência, chefes das principais potências emergentes do mundo adotaram Estratégia de Contraterrorismo. Em debate franco, Putin comenta infecção por COVID-19 de Bolsonaro e elogia coragem do líder brasileiro.
Sputnik

Nesta terça-feira (17), os chefes de Estado dos países do BRICS, grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, adotou Estratégia de Contraterrorismo comum, em passo inédito para a agremiação.

A apresentação do projeto, previamente acordado entre as partes, foi realizada pelo secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Nikolai Patrushev, durante a XII Cúpula de Chefes de Estado do BRICS, realizada hoje (17) por videoconferência.

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, apoiou a estratégia formulada durante a presidência russa.

"O Brasil valoriza a adoção da Estratégia de Contraterrorismo do BRICS, uma vez que queremos garantir um futuro livre dessa ameaça. Nós sabemos que o terrorismo está estreitamente ligado ao narcotráfico em várias regiões do mundo", disse Bolsonaro.

O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, foi mais além, e propôs que a estratégia seja acompanhada de um Plano de Ação para acelerar sua implementação pelos países do BRICS.

'Respeito à soberania': BRICS aprova Estratégia de Contraterrorismo durante cúpula

"A Estratégia de Contraterrorismo do BRICS é uma grande conquista", disse Modi. "Mas acho que precisamos de um Plano de Ação para sua implementação."

Em 2021 a Índia deve assumir a presidência do bloco, o que aumenta as chances de que a estratégia de Modi seja implementada pelo grupo em um futuro próximo.

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O presidente da China, Xi Jinping, acredita que as estratégias de segurança devem estar atreladas à coordenação de posições dos países do BRICS em órgãos internacionais.

"Precisamos fortalecer nossos laços em plataformas como as Nações Unidas (ONU) e coordenar nossas posições [na sede da ONU] em Nova York", disse o presidente chinês.

De acordo com o secretário do Conselho de Segurança da Rússia, que coordenou a elaboração do documento, a "estratégia reflete aspectos fundamentais para os países do BRICS, como respeito à soberania e não ingerência em assuntos internos, adesão ao direito internacional e reconhecimento do papel central e coordenador da ONU em questões de segurança".

"Eu queria agradecer a Patrushev por ter incluído o tema do contraterrorismo na agenda do bloco e elevado ele a um novo nível", disse o líder sul-africano, Cyril Ramaphosa.

"A pandemia nos lembrou da importância de fortalecer nossa cooperação sobre segurança cibernética, já que presenciamos muitos ataques desse tipo em objetos de infraestrutura, inclusive em hospitais", lembrou o líder da África do Sul, que comemora seu aniversário hoje.

'Respeito à soberania': BRICS aprova Estratégia de Contraterrorismo durante cúpula

O presidente Bolsonaro agradeceu a presidência da Rússia e disse estar "feliz por fazer parte da aliança".

Putin disse que Bolsonaro foi um exemplo para os líderes do bloco, ao enfrentar a pandemia a nível pessoal "com hombridade".

"Todos nós passamos por dificuldades de trabalho nesse ano, mas você ainda por cima teve que lidar pessoalmente com essa infecção, e passou por essa experiência de maneira muito corajosa", disse Putin.

"Vimos como não foi fácil para o senhor. O senhor expressou as maiores qualidades de hombridade e força de vontade [...] enquanto teve que lidar com problemas da saúde pessoal", concluiu o líder russo.

'Respeito à soberania': BRICS aprova Estratégia de Contraterrorismo durante cúpula

Nesta terça-feira (17), a XII Cúpula de Chefes de Estado do BRICS foi celebrada em formato de videoconferência. Presidida pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, o encontro contou com a presença de seus homólogos brasileiro, Jair Bolsonaro, chinês, Xi Jinping, sul-africano, Cyril Ramaphosa, e do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.

Ao final da reunião, os líderes adotaram Declaração Conjunta anual do bloco, além do Plano de Ação da Parceira Estratégica 2020-2025 e a Estratégia de Contraterrorismo do BRICS, dentre outros documentos.

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