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Defesa diz que Bolsonaro mostra 'apreço' por Forças Armadas e instituição deve se manter apartidária

O Ministério da Defesa disse neste sábado (14) que o presidente Jair Bolsonaro demonstra "apreço pelas Forças Armadas" e que esse sentimento "tem sido correspondido". 
Sputnik

"O presidente da República, como comandante supremo, tem demonstrado, por meio de decisões, declarações e presença junto às tropas, apreço pelas Forças Armadas, ao que tem sido correspondido", disse a pasta. 

Além disso, o ministério afirmou, por meio de nota, que o "único representante político das Forças Armadas" é o ministro da Defesa, cargo ocupado atualmente por Fernando Azevedo e Silva. 

O comunicado diz ainda que os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica só se manifestam para tratar de "termos institucionais".

"O único representante político das Forças Armadas, como integrante do governo, é o ministro da Defesa; os comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, quando se manifestam, sempre falam em termos institucionais, sobre as atividades e as necessidades de preparo e emprego das suas Forças, que estão voltadas exclusivamente para as missões definidas pela Constituição Federal e leis complementares", afirmou a nota. 

A nota é assinada pelo ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e pelos comandantes das três Forças: general Edson Pujol (Exército), almirante de esquadra Ilques Barbosa Junior (Marinha) e tenente-brigadeiro do ar Antonio Carlos Bermudez (Aeronáutica).

Sob 'autoridade suprema' do presidente

Na quinta-feira (12), o comandante do Exército descartou que exista alguma ameaça real ao país, e afirmou que os militares não querem "fazer parte" da política nem querem que a política "entre" nos quartéis.

Na sexta-feira (13), Bolsonaro concordou com a declaração de Pujol, afirmando que as Forças Armadas devem se manter "apartidárias", como determina a Constituição, mas salientou que elas estão sob "autoridade suprema" dele.

O presidente nomeou vários militares da reserva e da ativa para postos da administração pública, inclusive para ministérios como da Saúde, chefiado pelo general Eduardo Pazuello, cargo que, além do caráter técnico, é considerado político. 

Segundo levantamento feito em julho pelo Tribunal de Contas da União (TCU), atualmente existem 6.157 militares da ativa e da reserva em cargos civis no governo.

'Apartadas da política partidária'

A nota da Defesa disse ainda que a "característica fundamental das Forças Armadas como instituições de Estado, permanentes e necessariamente apartadas da política partidária, conforme ressaltado recentemente por chefes militares, durante seminários programados, é prevista em texto constitucional e em nada destoa do entendimento do governo e do presidente da República". 

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