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Cientistas brasileiros reconstroem cérebro de dinossauro que viveu há 233 milhões de anos (FOTOS)

Fóssil pertence a um Buriolestes schultzi, um dos dinossauros mais antigos do mundo e que viveu onde hoje é o Brasil e a Argentina.
Sputnik

Paleontólogos da Universidade Federal de Santa Maria, Rio Grande do Sul, e da Universidade de São Paulo conseguiram realizar um feito inédito: reconstruíram o cérebro completo de um dos primeiros dinossauros a pisar na Terra. Pesando menos que uma ervilha, este cérebro pertencia a um Buriolestes schultzi, ancestral dos saurópodes de pescoço longo, o mais colossal de todos os dinossauros. Os resultados foram publicados na revista científica Journal of Anatomy na segunda-feira (2).

"O cérebro é uma janela para seu comportamento, e inteligência […] O cérebro dos Buriolestes é relativamente pequeno, pesando cerca de 1,5 gramas […] A forma é primitiva, lembrando a de um crocodilo", afirma Rodrigo Muller, principal autor do estudo, à agência South West News Service.

O esqueleto perfeitamente preservado do animal foi encontrado em 2015, em São João do Polêsine, Rio Grande do Sul. Devido à extrema conservação, foi possível realizar uma reconstrução precisa da massa cinzenta do dinossauro.

Um cérebro completo de dinossauro foi reconstruído por cientistas pela primeira vez depois que um 'esqueleto perfeito' foi encontrado, e o cérebro pesava menos que uma ervilha. Paleontólogos da Universidade Federal de Santa Maria, Brasil, usaram imagens de computador para revelar o tamanho e o funcionamento interno do cérebro dos Buriolestes.

Imagens de computador revelaram regiões envolvidas na coordenação, visão, cheiro, inteligência, e até mesmo reprodução. A descoberta lança uma nova luz sobre a evolução dos maiores animais terrestres que já existiram.

As descobertas mostram que Buriolestes era um caçador atlético e habilidoso. "A presença de estruturas bem desenvolvidas no cerebelo indica a capacidade de rastrear presas em movimento. Por outro lado, o sentido olfativo não era bom. Caçavam e rastreavam presas com base na visão aguçada, e não no olfato", explica Muller.

"Buriolestes remontam ao início dos dinossauros. Até agora, as caixas cranianas completas dos dinossauros mais antigos do mundo eram desconhecidas. Isso ajudou a desvendar os segredos de seu modo de vida", completa o pesquisador.

​Nosso novo estudo sobre a anatomia endocraniana de Buriolestes schultzi, um dos primeiros dinossauros do Brasil

O animal media cerca de um metro da cabeça à cauda, tinha um pescoço longo, dentes afiados, três garras longas em cada um de seus quatro membros e corria como um bípede.

Apesar de ser carnívoro, Buriolestes é o primeiro membro dos saurópodes herbívoros, que pesavam até 100 toneladas e chegavam a 33 metros de comprimento. "A reconstrução nos permite analisar a evolução do cérebro dos maiores animais terrestres que já viveram", comenta Muller.

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