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Mourão diz que Brasil é alvo de ataques por 'questão ideológica'

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou hoje (5) que o Brasil tem sido alvo de ataques internacionais por "uma questão ideológica" contrária ao governo, após receber pressões de diversos setores pelos incêndios na Amazônia e no Pantanal.
Sputnik

"Vivemos hoje um choque ideológico no mundo. Existe muito mais um ataque ao país na pessoa do presidente Jair Bolsonaro, pelas questões ideológicas, do que pelo que está acontecendo efetivamente", disse Mourão, que também é chefe do Conselho Nacional da Amazônia Legal, em entrevista à rádio Eldorado.

Para defender seu argumento, o vice-presidente mencionou que, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve uma média de 15 mil km² de floresta amazônica desmatados por ano entre 2000 e 2018, "e todo mundo ficou em silêncio. Não tinha ninguém reclamando nesse período".

No entanto, ao citar esses números, Mourão omitiu a tendência de queda registrada entre 2009 e 2018, e que já foi revertida no primeiro ano de Bolsonaro na presidência. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), entre agosto de 2019 e julho de 2020, foram desmatados 10.129 km², 33% a mais do que em comparação com o mesmo período entre 2018 e 2019.

Além de defender o governo das críticas à sua política ambiental, o vice-presidente afirmou que o país precisa de investimentos privados para financiar diretamente as ações na Amazônia, mas que não pretende trazer nenhum grupo estrangeiro específico para explorar a região. 

"Nós não queremos trazer nenhum tipo de grupo estrangeiro específico para a Amazônia. Nós desejamos investimentos em cima de projetos de desenvolvimento, utilizando as potencialidades da região, que permitam gerar emprego e renda para a população, de modo que ela deixe de explorar de forma predatória a floresta e se concentre na proteção e preservação dessa floresta", frisou.

Presença das Forças Armadas na Amazônia

Na entrevista, Mourão também falou sobre a intenção de manter militares na linha de frente das operações de combate e controle ao desmatamento na Amazônia até o fim de 2022, conforme já havia antecipado no plano de metas que o Conselho Nacional da Amazônia Legal submeteu ao Ministério da Economia em agosto.  

"As operações de comando e controle irão prosseguir, sem intervalo, até o final de 2022. Essa é a nossa forma de agir, em termos de repressão", disse.

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