Após acordos árabes com Israel, palestinos renunciam à presidência da Liga Árabe

O ministro das Relações Exteriores da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Riyad al-Maliki, anunciou nesta terça-feira (22) que está deixando seu cargo temporário como presidente da Liga Árabe como um protesto ao fato que o órgão não condena a normalização com Israel.
Sputnik
"O Estado da Palestina decidiu renunciar ao seu direito de presidir o Conselho da Liga Árabe porque não é uma honra para ele ver os árabes correrem para a normalização [das relações com Israel] enquanto serviam como seu presidente [da Liga]", declarou Maliki em um comunicado da WAFA, a agência de informação palestina.

Maliki é o porta-voz da inquietação da liderança palestina desde que os Emirados Árabes Unidos e Bahrein anunciaram que estão normalizando as relações diplomáticas com Israel, mas ele também destacou que a ANP não se retirará da Liga Árabe.

A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) é membro da liga desde 1967, e Maliki observou que sua retirada "criaria um vácuo que pode gerar diferentes cenários de que não precisamos neste momento tão delicado".

Após acordos árabes com Israel, palestinos renunciam à presidência da Liga Árabe

Desde que as medidas para o reconhecimento de Israel por aqueles países do golfo Pérsico foram anunciadas, o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, ameaçou deixar a organização pan-árabe depois que ela rejeitou a resolução palestina de condenar os Emirados Árabes Unidos por estabelecer relações abertas com Israel.

No entanto, alguns dias depois, Saeb Erekat, um diplomata e conselheiro palestino, afirmou que não se retiraria da Liga Árabe.

Os EUA e Bahrein assinaram os Acordos Abraâmicos com Israel no dia 15 de setembro em Washington, a fim de estabelecer relações abertas. Os detalhes do que foi assinado ainda são desconhecidos. A liderança palestina se opõe a essa abordagem porque argumenta que normalizar os laços com o país que ocupa os palestinos é abandonar os direitos desse povo.

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