100 anos depois: especialistas mostram por que tanques russos estão entre os melhores do mundo

Em 1920, em meio à Guerra Civil Russa, o país construiu o seu primeiro tanque. Desde então, a indústria nacional produziu alguns dos melhores tanques do mundo.
Sputnik

Os tanques russos realizaram um "caminho heroico de desenvolvimento" nos últimos 100 anos, sublinhou o Ministério da Defesa da Rússia no domingo (13), dia em que na Rússia se comemora o Dia do Tanquista.

O caminho começou com um veículo movido a lagartas, produzido em 1920 na fábrica Krasnoye Sormovo em Nizhny Novgorod, chamado apropriadamente Camarada Lênin, Combatente da Liberdade, durante a Guerra Civil Russa (1917-1922), concebido à semelhança do Renault FT francês.

A União Soviética inicialmente apostou em tanques leves e rápidos, mas começou a produzir o KV-1, de 40 toneladas, pouco antes da Grande Guerra pela Pátria (parte da Segunda Guerra Mundial, compreendida entre 22 de junho de 1941 e 9 de maio de 1945, e limitada às hostilidades entre a União Soviética e a Alemanha nazista e seus aliados).

No entanto, foram os diversos modelos do tanque T-34, construídos por Mikhail Koshkin e Aleksandr Morozov, que deram uma enorme contribuição para a vitória final da URSS sobre a Alemanha nazista em 1945.

O contributo de tanques foi importante em todas as operações militares do país na Grande Guerra. Mil operadores de tanques foram galardoados com medalhas de Herói da União Soviética. Além disso, mais de nove mil trabalhadores, técnicos e engenheiros receberam altos prêmios do Estado.

Melhor caminho a seguir

Em entrevista à RT, Sergei Suvorov, especialista em Ciências Militares, disse que a "era de ouro na construção de tanques nacionais começa no final dos anos 1930 e continua até hoje, destacando não só os T-34, como também os modelos T-54/T55 (em serviço desde 1949), os T64 (1964) e os atuais T14.

"Uma série de características [...] incorporadas no T-64 ainda são amplamente utilizadas, inclusive na construção mundial de tanques", refere.

A Rússia hoje possui o T-14, o único tanque de terceira geração no mundo, bem como outros modelos modernizados, como os T-80 movidos a turbina de gás, e os T-72 e T-90 a diesel, que são superiores aos seus homólogos ocidentais em confiabilidade, armamento e proteção, sendo por isso populares no mundo.

100 anos depois: especialistas mostram por que tanques russos estão entre os melhores do mundo

Devido às suas características, o T-80 é mais utilizado em regiões russas com baixas temperaturas. Este tanque é considerado mais rápido e mais manobrável do que os veículos a diesel. Entre as desvantagens deste modelo estão a baixa proteção contra a poeira (um aspecto em que os desenvolvedores têm trabalhado), o grande consumo de combustível e seu alto preço, pelo que não há muitos deles nas Forças Armadas da Rússia, aponta Suvorov.

Aleksei Khlopotov, outro especialista militar que falou à RT, considera que a Rússia faria melhor em apostar nos T-72 e nos T90, que são uma versão melhorada, particularmente utilizando o motor B-92S2F muito mais potente, com 1.130 cavalos de potência, em comparação com o anteriormente utilizado V-84MS, de 840 cavalos de potência.

Modelo mais promissor

Já o T-14 foi desenhado para realizar missões em cooperação com outros tanques, veículos blindados, unidades de artilharia autopropulsadas e helicópteros. Além disso, é mais barato e pode ser fabricado em grandes quantidades, de acordo com Khlopotov.

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"O T-14 pode ser chamado de primeiro tanque inteligente do mundo, vendo como [...] é 'recheado' de modernos equipamentos eletrônicos digitais. Com sua ajuda, a tripulação monitora a situação em tempo real, o estado da tecnologia, controla o movimento, realiza o direcionamento e executa o disparo", diz a Rostec, corporação estatal russa que tem como objetivo financiar a exportação de bens manufaturados de alta tecnologia.

"A natureza aberta de sua estrutura facilita a substituição de alguns dispositivos por outros sem ter que reconstruir o sistema inteiro".

Khlopotov enfatiza que os tanques russos seguem a tendência mundial de robotização, amplamente presente no T-14, e que deverá reduzir o risco à vida dos militares.

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