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Chanceler da Venezuela sugere 'ir até Pequim' se for preciso para restabelecer laços com o Brasil

O chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, garantiu na quinta-feira (27) que o presidente Nicolás Maduro pretende reconstruir as relações diplomáticas com o Brasil em meio à pandemia do novo coronavírus.
Sputnik
"A mensagem do presidente Maduro ao presidente Jair Bolsonaro, apesar das divergências devido aos atentados que nos ignoraram, que não respondem, é que aproveitamos a pandemia para reconstruir a relação diplomática", disse o chanceler venezuelano.

A fala de Arreza foi proferida durante uma videoconferência com os ex-chanceleres brasileiros Celso Amorim (2011-2014) e Aloysio Nunes (2017-2019).

O ministro venezuelano destacou que Caracas fará questão de estabelecer uma ponte de comunicação com o Brasil e garantiu que está disposto a se deslocar para o local que as autoridades daquele país considerem conveniente para estabelecer um diálogo.

"Vamos insistir, queremos e se os ex-ministros puderem nos fazer uma ponte com o chanceler [do Brasil] Ernesto Araújo, teremos o prazer de ir para a fronteira, para Pequim, onde ele quiser", ressaltou o diplomata venezuelano.
Chanceler da Venezuela sugere 'ir até Pequim' se for preciso para restabelecer laços com o Brasil

A pandemia, sublinhou Arreaza, obriga os países vizinhos a tratar as relações diplomáticas com responsabilidade e altura, deixando de lado as diferenças ideológicas.

As relações entre Brasil e Venezuela começaram a se desgastar em 2017, durante o governo do presidente Michel Temer (2016-2018), mas foram ainda mais tensas em 2019, com a chegada ao poder de Bolsonaro, que não reconhece Maduro como presidente do Venezuela.

A este respeito, o chanceler venezuelano acusou Bolsonaro de violar a Carta das Nações Unidas (ONU) por se intrometer nos assuntos internos da Venezuela.

Arreza também considerou que o governo brasileiro adotou ações concretas contra seu país, como a de fevereiro de 2019, quando se tentou, pela fronteira terrestre, introduzir caminhões carregados com suposta ajuda humanitária, apesar da recusa do Executivo venezuelano.

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