Analistas apontam necessidade vital da América Latina se voltar para Ásia

América Latina deverá se orientar aos países da Ásia para potencializar seu alcance econômico, dado que o continente asiático observa e continuará observando grande crescimento.
Sputnik

Até 2040, cinco dos países mais poderosos do mundo se situarão no continente asiático, motivo pelo qual os governos da América Latina devem ampliar suas expectativas de desenvolvimento, estabelecendo novos tratados comerciais com os países que compõem a região do Indo-Pacífico, salientou Javier Paulinich, secretário permanente do Sistema Econômico Latino-americano e do Caribe (SELA).

Durante o seminário virtual "A estratégia do Indo-Pacífico e os Desafios da Aliança do Pacífico", pesquisadores da América Latina explicaram alguns dos desafios do bloco econômico, que integra o Chile, Colômbia, México e Peru, ante o posicionamento político-econômico dos países do Indo-Pacífico.

"É inegável que a importância do Indo-Pacífico como região geoestratégica e geoeconômica nas relações internacionais está aumentando. A participação crescente e sustentada da região nas transações comerciais e nos investimentos que ocorrem na economia mundial faz com que seja considerada um ator fundamental nas dinâmicas da política internacional", apontou Paulinich.

Por sua parte, Andrés Servi, presidente da Coordenadoria Regional de Pesquisas Econômicas e Sociais (CRIES, na sigla em inglês), disse que o desenvolvimento da região do Indo-Pacífico será marcado pela relação que Índia vier a estabelecer com China, Rússia e Estados Unidos.

Analistas apontam necessidade vital da América Latina se voltar para Ásia

Neste sentido, Ignácio Bartesaghi, professor da Universidade Católica do Uruguai, afirmou que a Índia é o principal concorrente da China como fornecedor de bens na região da América Latina, por isso terá um papel fundamental nas dinâmicas geoestratégicas no futuro.

Contudo, Eduardo Pastrana, da Pontifícia Universidade Javeriana (Colômbia), comentou que a Aliança do Pacífico, como bloco de países geograficamente mais próximos à região, não tem expectativas de se converter em um bloco econômico mundial devido à falta de consenso para atuar em termos de política exterior conjunta, de forma a promover novas alianças comerciais com a China.

Além do mais, Bartesaghi indicou que a Aliança do Pacífico está enfraquecida pela aproximação do México aos Estados Unidos, o que, de alguma forma, limita sua margem de ação para promover novas alianças comerciais com a China.

Já Paulinich acredita que a Aliança do Pacífico tem uma estratégia de fortalecimento das zonas econômicas em benefício dos países que a compõem, portanto, continua representando uma oportunidade para alguns países com economias abertas de melhorar e intensificar sua cooperação.

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