100 milhões de anos: cientistas 'acordam' bactérias da época dos dinossauros

Os micróbios e as bactérias estavam presentes em argilas enterradas no fundo do mar do oceano Pacífico e são apontados como os organismos vivos mais antigos do planeta Terra.
Sputnik

Um grupo de cientistas dos Estados unidos e do Japão conseguiu "acordar" bactérias de mais de 100 milhões de anos. Os micróbios estavam adormecidos nas profundezas do oceano Pacífico e acredita-se que esses micróbios sejam os organismos mais antigos do nosso planeta. A descoberta foi publicada nesta terça-feira (28) na revista científica Nature Communications.

"É surpreendente e biologicamente desafiador que uma grande fração dos micróbios tenha sido capaz de reviver após muito tempo enterrada ou presa sob condições extremamente baixas de nutrientes e energia", afirmou à agência Reuters Yuri Morono, geomicrobiologista da Agência de Ciência e Tecnologia da Terra do Japão.

100 milhões de anos sem comer

A equipe de pesquisadores liderada por Morono contou com a ajuda do navio de pesquisa JOIDES Resolution para encontrar os micróbios, entre os quais representantes de numerosos grupos de bactérias, em sedimentos nas profundezas do sul do oceano Pacífico. Com o auxílio do JOIDES Resolution, foi feita uma perfuração de quase seis quilômetros de profundidade no mar. As amostras de argila, nas quais os micróbios foram encontrados, foram coletadas cerca de 74,5 metros abaixo do fundo do oceano.

100 milhões de anos: cientistas 'acordam' bactérias da época dos dinossauros

As bactérias descobertas são da época em que os dinossauros habitavam nosso planeta e sobreviveram apesar de não terem nutrientes para se alimentar durante todo esse tempo. No âmbito da investigação, os microrganismos foram incubados por 557 dias em um ambiente laboratorial seguro.

Com a incubação, as bactérias cresceram, multiplicaram-se e exibiram várias atividades metabólicas. "Manter a capacidade fisiológica total por 100 milhões de anos em isolamento e com fome é uma façanha impressionante", comenta o oceanógrafo Steven D'Hondt, da Universidade de Rhode Island, EUA, coautor do estudo, à Reuters.

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