Com vacina, COVID-19 corre risco de ser 'doença dos pobres', diz representante da Cruz Vermelha

A COVID-19 pode se tornar outra enfermidade que afeta desproporcionalmente os países mais pobres, disse nesta terça-feira (28) o chefe da delegação regional do Comitê Internacional da Cruz Vermelha para o México e a América Central.
Sputnik
"O primeiro perigo é que a vacina transforme a COVID-19 em mais uma doença dos pobres, como tantas outras doenças hoje em dia", disse Jordi Raich em uma discussão on-line do Valdai Club.

Raich disse durante o evento, intitulado "Resposta global à pandemia: a estratégia da comunidade mundial e os desafios sociais", que centenas de milhares de pessoas morrem de doenças cujos tratamentos são fáceis e baratos. 

"Uma das características dessa pandemia é que ela transformou toda a humanidade, deixou todos nós vulneráveis. Mas se nos tornamos vulneráveis, os que antes eram vulneráveis ​​se tornaram ainda mais vulneráveis", observou o integrante da Cruz Vermelha.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais de 16 milhões de pessoas foram infectadas pelo coronavírus em todo o mundo e mais de 600 mil morreram por conta da enfermidade. Várias vacinas estão atualmente em fases de testes em humanos, mas as chances do tratamento chegar antes de 2021 são escassas.

A Cruz Vermelha acredita que a crise econômica criada pela pandemia acentuará os fluxos migratórios nas Américas. Esse fenômeno deve acontecer ao mesmo tempo que os países endurecem suas políticas migratórias por conta do coronavírus. 

"Em 2021, esperamos um aumento de pessoas deslocadas, deslocando-se das áreas rurais para as cidades por causa da perda de renda, um aumento na migração no momento em que as fronteiras serão mais rígidas do que nunca [...] e um aumento na violência", disse Raich.
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