EUA sancionam hoje 'Irã e Venezuela' e amanhã 'China, Rússia e Alemanha', afirma parlamentar

Um político venezuelano opina que o que Washington está fazendo com países como Irã ou Venezuela poderá ser aplicado no futuro a outros países se não houver resposta às ações americanas.
Sputnik

A ameaça dos EUA contra os quatro navios que levam gasolina iraniana para a Venezuela é ilegal e deve ser detida, pois viola o direito internacional, declarou Saul Ortega, membro da Assembleia Nacional Constituinte da Venezuela em entrevista à Sputnik Mundo.

"Esta nova agressão ou ataque contra os direitos internacionais seria muito grave porque hoje os norte-americanos querem fazê-lo ao Irã e à Venezuela, mas amanhã querem fazê-lo à China, Rússia, Alemanha ou a qualquer outro país, [...] e estão violando o direito internacional", afirmou.

O parlamentar venezuelano insistiu que a comunidade internacional não pode continuar observando "passivamente as ações dos Estados Unidos".

Na quinta-feira (2), procuradores federais dos Estados Unidos solicitaram a apreensão de navios que transportam combustível iraniano para a Venezuela.

O ministro do Escritório de Imprensa da Missão Iraniana ante as Nações Unidas (ONU), Alireza Miryousefi, repudiou tais ameaças.

Qualquer tentativa no alto mar para impedir o Irã de se envolver em comércio legal com qualquer país que escolher será um ato de pirataria, puro e simples. Isso não surpreende, pois os Estados Unidos têm demonstrado constantemente não respeitar as leis internacionais ou marítimas.

Ortega assinalou que seria "muito sério" que os EUA pudessem atacar os navios de qualquer forma.

"Estes navios devem chegar, e o mundo deve estar vigilante e fazer o que tem que fazer para que estes navios não sejam afetados em sua jornada e na livre navegação de acordo com o direito internacional", disse à Sputnik o membro do Partido Socialista Unido da Venezuela.

Os quatro navios Bella, Bering, Pandi e Luna estão navegando para a Venezuela com 1,1 milhão de barris de gasolina, apesar das ameaças.

A Venezuela vem enfrentando escassez de combustível desde março, agora também nos centros econômicos do país, e não só nas zonas interiores, como nos dois últimos anos.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, denunciou as sanções norte-americanas como sendo a causa da falta de gasolina.

No final de maio, com a chegada dos primeiros navios do Irã carregados com gasolina, o governo venezuelano decidiu aumentar o preço do combustível, em algumas estações ao preço internacional de US$ 0,5 (R$ 2,69) por litro e em outras de US$ 0,002 (R$ 0,01), mas de forma racionalizada pelo número de matrícula.

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