Rússia usa 'enxame' de caças Su-35 para conduzir exercícios em conjunto com Su-57

A Rússia realizou um exercício para testar a ação de uma formação de caças Su-35 guiados por um Su-57 de quinta geração, segundo fontes do complexo militar e industrial.
Sputnik

O teste é importante, pois aproxima o país da criação de um sistema de informação unificado, destacou o especialista e editor-chefe da revista militar Arsenal Otechestva Viktor Murakhovsky.

"O experimento ocorreu em condições de combate reais. Um grupo de caças Su-35 fez parte deste enxame, enquanto o Su-57 desempenhou o papel de avião de comando e controle", segundo fonte anônima. 

O especialista adicionou que as aeronaves adotaram uma formação de enxame ou de rebanho. Esta formação permite aos caças trocar informação em tempo real, dado que o sistema de informação e controle de cada avião processa automaticamente todos os dados coletados por seus sensores e por outros equipamentos.

Estes exercícios são importantes para as Forças Armadas da Rússia, pois permitem desenvolver um sistema de informação unificado, comentou Murakhovsky.

Rússia usa 'enxame' de caças Su-35 para conduzir exercícios em conjunto com Su-57

Adotar esta formação com um sistema de dados unificados incrementa consideravelmente a eficácia com que os pilotos implementam suas missões.

"Nos procedimentos habituais de combate é importante interagir. Futuramente, a informação procedente de todos os sensores da aeronave, assim como dos sistemas de defesa aérea, dos satélites e dos equipamentos terrestres deve ingressar em um sistema único que criará um campo de informação unificado para as forças terrestres, aéreas e espaciais. Depois, com apoio da inteligência artificial, será realizada a distribuição das tarefas de combate, inclusive à aviação", explicou o especialista.

Os EUA também estão desenvolvendo um sistema similar para os caças F-35. Entretanto, nenhuma potência militar conseguiu construí-lo devido à dificuldade de criar um formato de dados único para os diferentes tipos de tropas, concluiu.

Sergei Khatylev, especialista militar e ex-chefe das tropas de mísseis do Comando de Forças Especiais da Força Aeroespacial da Rússia, afirmou à rádio Govorit Moskva que, no Ocidente, foi testado passar unidades de combate para um comando totalmente automatizado, mas que não teve sucesso.

No caso de uma falha no algoritmo devido a uma influência externa, o sistema podia confundir os alvos e tomar decisões incorretas. Portanto, é impossível dispensar o controle humano, manual, ressaltou Khatylev.

"No nosso Exército, nunca abdicamos do controle manual. Todos os métodos de comando durante os exercícios são treinados paralelamente. A automação destes processos ocorrerá de qualquer maneira, mas não pode decorrer infinitamente. É impossível e inconveniente automatizar tudo. E quando dizem que a inteligência artificial e a robótica já existem, sempre afirmo que são as pessoas que estão combatendo, são as pessoas que tomam as decisões", concluiu.

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