O procedimento, que requer a supressão da hiperativação do sistema de coagulação sanguínea, que provoca a formação de coágulos, está em teste em 12 clínicas da capital russa.
Fazoil Ataullakhanov, diretor do Centro de Problemas Teóricos de Farmacologia Física e Química da Academia de Ciências da Rússia, relatou à rádio Govorit Moskva que o estudo sob a sua orientação está agora em modo teste em 12 clínicas da capital.
O novo coronavírus SARS-CoV-2 ativa o processo inflamatório e de formação de trombos. A infecção por ele causada está relacionada à chamada tempestade de citocinas e a distúrbios da coagulação, com formação de grande quantidade de trombos nos vasos sanguíneos.
Segundo Ataullakhanov, as autópsias têm revelado que os falecidos por COVID-19 apresentam os vasos sanguíneos completamente entupidos.
"Muitos órgãos sofrem, mas os pulmões estão entupidos em todos eles", afirmou o acadêmico.
Segundo ele, a supressão do sistema de coagulação do sangue poderia salvar vidas e evitar a ventilação artificial de pacientes que sofrem de formas graves de COVID-19.
"Os resultados preliminares [do estudo] já são claros: é possível relacionar o desenvolvimento em pacientes de uma hipercoagulação muito grave com formas severas de COVID-19, ou seja, o sistema de coagulação não reage adequadamente à situação. Ele é ativado muito mais do que seria necessário", assinala o cientista.
"Isto significa que seria possível suprimir esta hiperativação e assim evitar o uso de respiradores e reduzir a letalidade", acrescentou.
Ataullakhanov estimou que entre 10% e 15% dos pacientes internados com COVID-19 morrem, o que, segundo ele, é um número muito alto.
A aplicação deste método, que asseguraria a fluidez do sangue nos vasos sanguíneos, ajudaria a tratar de forma mais eficaz os casos mais graves de COVID-19, concluiu o cientista.