Irã aguarda que Rússia e China resistam ao plano dos EUA de embargo de armas, diz Rouhani

As autoridades iranianas esperam que a Rússia e a China se oponham às tentativas dos Estados Unidos de estender o embargo de armas da ONU contra Teerã, declarou o presidente Hassan Rouhani nesta quarta-feira (10).
Sputnik
"Esperamos que os quatro membros permanentes do Conselho de Segurança resistam a essa conspiração por causa dos interesses e estabilidade do mundo e dos interesses previstos na região e no mundo pelo acordo nuclear", disse Rouhani em uma reunião do gabinete.

"Especialmente por nossos dois amigos países, Rússia e China, esperamos que eles resistam a essa conspiração", acrescentou.

Na semana passada, a representante dos EUA nas Nações Unidas, Kelly Craft, anunciou que os EUA haviam enviado à Rússia um projeto de resolução do Conselho de Segurança sobre a extensão do embargo de armas contra o Irã.

"A Rússia e a China precisam aderir a um consenso global sobre a conduta do Irã", destacou Kelly. "É um imperativo absoluto que exercitemos todas as nossas opções para garantir que esse embargo de armas da ONU seja estendido".

A proibição de vender armas ao Irã deve ser progressivamente facilitada a partir de outubro, de acordo com a Resolução 2231 do Conselho de Segurança. As armas incluem tanques de batalha, aviões de combate, navios de guerra e mísseis ou sistemas de mísseis, de acordo com a resolução.

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Mas um embargo da ONU a materiais, bens, equipamentos e tecnologia que o Irã poderia usar para seu programa de mísseis balísticos permanecerá em vigor até outubro de 2023. A União Europeia (UE) disse que continuará aplicando seu próprio embargo de armas contra o Irã após o levantamento do primeiro embargo da ONU.

Na terça-feira (9), o representante da Flórida, Greg Steube, afirmou que os republicanos do Congresso dos EUA planejam lançar novas sanções contra Teerã, vinculadas ao término do embargo de armas em outubro.

Em 2015, o Irã assinou o Plano Conjunto de Ação Integral (JCPOA) com China, França, Alemanha, Rússia, Reino Unido, Estados Unidos, Alemanha e União Europeia. Ele exigiu que o Irã reduzisse seu programa nuclear e rebaixasse severamente suas reservas de urânio em troca de sanções, incluindo a suspensão do embargo de armas cinco anos após a adoção do acordo.

Em 2018, os Estados Unidos abandonaram sua posição conciliadora em relação ao Irã, retirando-se do JCPOA e implementando políticas de linha dura contra Teerã. Como resposta, a República Islâmica gradualmente reduziu seus compromissos e alertou que estender o embargo significaria a morte do acordo nuclear.

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