Adiar para amanhã pode ser perigoso: cientistas explicam

Cientistas da Universidade Estatal de Psicologia e Pedagogia de Moscou (UEPPM) descobriram que a procrastinação, ou seja, o diferimento de atividades importantes, pode causar tensão nas relações entre professores e estudantes e até ameaçar a segurança psicológica em escolas superiores.
Sputnik

Os pesquisadores acreditam que as consequências indesejáveis podem ser evitadas com adoção de programas de motivação aos estudos. O respectivo trabalho foi publicado na revista Behavioral Sciences.

No âmbito da pesquisa, os especialistas fizeram uma pesquisa de opinião de alunos da universidade, estudando a procrastinação como uma das causas que minam a segurança psicológica do ambiente educativo.

Os autores observam que o constante diferimento de atividades e ações levam a mal-estar interno e a emoções negativas, que são fruto da expectativa por consequências desagradáveis.

Usando a escala elaborada por Clarry Lay, a pesquisa mostrou que 46,7% dos estudantes mostram indicadores médios de procrastinação. Por vezes, eles diferem tarefas importantes, mas sem que isso afete os resultados que conseguem obter em várias atividades. Já outros 53,3% dos estudantes revelaram altos indicadores de procrastinação: eles não executam as tarefas sistematicamente ou costumam cumpri-las com fraco desempenho, o que leva a consequências negativas.

Adiar para amanhã pode ser perigoso: cientistas explicam

Os cientistas determinaram que os alunos com alto nível de procrastinação costumam ter sentimentos mais fortes de dívida e vergonha perante eles próprios e outras pessoas que considerem importantes. Na interação com os colegas e docentes, tais alunos podem mostrar hostilidade, acreditam os autores da pesquisa.

"É importante salientar que os estudantes com nível de procrastinação médio costumam ter motivação para atividade profissional, escolar e cognitiva, o que determina sua inclinação para obter conhecimentos, competências e experiência profissionais", conta Anna Litvinova, docente do Departamento de Fundamentos Científicos da Psicologia Extrema da Faculdade de Psicologia Extrema da UEPPM.

Ela também fez notar que os alunos com nível de procrastinação médio são mais amigáveis e abertos com os outros nas relações interpessoais. Isso lhes garante segurança psicológica no ambiente educativo da universidade e os motiva a se aperfeiçoar. Já os alunos mais procrastinadores podem ter dificuldades nas relações interpessoais.

Os cientistas acreditam que para garantir segurança psicológica em universidades é necessário elaborar e implementar programas de assistência psicológica personalizada visando reduzir o nível de procrastinação para que os estudantes cessem de adiar tarefas importantes.

Adiar para amanhã pode ser perigoso: cientistas explicam

Os especialistas acreditam que isso permitiria evitar o mal-estar emocional, as emoções negativas subjetivas dos alunos e a insatisfação geral com seu desempenho. Resultado disso seria um crescimento da motivação ao aperfeiçoamento, da vontade de estudar e do potencial profissional.

Os cientistas planejam continuar as pesquisas para aprender como a procrastinação afeta a segurança psicológica em estabelecimentos de ensino de diferentes tipos: de ciências humanas, técnicos e militares, assim como escolas superiores privadas e universidades públicas.

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