Bióloga russa explica razão de resultados falsos negativos em alguns testes de coronavírus

Testes para coronavírus e anticorpos associados podem ser enganadores e revelar resultados falsos negativos seja em que fase for da infecção, alerta bióloga russa.
Sputnik

Ancha Baranova, doutorada em ciências biológicas e professora da Escola de Biologia de Sistemas da Universidade George Mason (EUA), explicou à Sputnik em 11 de maio por que testes para SARS-CoV-2 e seus anticorpos podem dar um resultado falso negativo.

Primeira fase

Na primeira fase, mesmo na ausência de sintomas da doença, o vírus se reproduz e a pessoa infectada é portadora da infecção.

"Cerca de 40% das pessoas recebem o vírus de portadores assintomáticos. Após o primeiro estágio, começa o estágio em que os sintomas são visíveis. No entanto, em uma certa quantidade de pessoas a doença não vai além da primeira etapa", afirmou a bióloga.

Segundo Baranova, nesta fase a destruição do vírus ocorre graças aos interferons, que criam o sistema de defesa natural do organismo. O corpo é capaz de derrotar o vírus sem produzir anticorpos, portanto, um teste de despistagem de anticorpos em uma pessoa infectada nesta fase poderia dar um falso resultado negativo.

Segunda fase

Durante a segunda fase aparecem os primeiros sintomas, como temperatura e tosse, podendo mesmo haver falta de ar. Neste estágio, o vírus continua se reproduzindo, sendo aqui recomendado o uso de medicamentos antivirais como parte do tratamento da COVID-19. Além disso, o corpo aciona uma proteção adicional – a produção de anticorpos.

Bióloga russa explica razão de resultados falsos negativos em alguns testes de coronavírus

"Uma pessoa também pode ficar pela segunda etapa, e a doença não passará para uma forma mais aguda. Nesta fase, o vírus pode ser derrotado por anticorpos. No pior dos casos, a doença não vai acabar porque a inflamação ainda está em curso, há pneumonia, mas devido a outros fatores. Esta situação pode levar a um teste negativo para o vírus. O próximo estágio está chegando, ainda mais severo. Repito, nesta fase o vírus pode ou não estar dentro de uma pessoa", acrescentou Baranova.

Terceira fase

A especialista também detalhou o que acontece na terceira etapa: pode ocorrer um choque de citocinas, uma inflamação descontrolada que danifica os tecidos do corpo.

Na maioria das vezes, nesta fase uma pessoa é hospitalizada, sendo necessário entubar e conectar o paciente a um ventilador pulmonar artificial.

"Na terceira etapa, o vírus se multiplica a um nível bastante baixo, e o fator mais importante na recuperação é a resiliência do organismo humano", concluiu a interlocutora da Sputnik.

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