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Perda total ou em parte da renda mensal já atingiu 40% dos brasileiros, diz CNI

Segundo pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) a perda do poder de compra já atingiu quatro em cada dez brasileiros desde o início da pandemia.
Sputnik

A pesquisa da CNI, encomendada ao Instituto FSB Pesquisa, e publicada nesta quinta-feira (7) mostra que, do total de entrevistados, 23% já perderam totalmente a renda, e outros 17% tiveram redução no ganho mensal. Ou seja, quatro em cada dez brasileiros acima de 16 anos perderam poder de compra desde o início da pandemia.

O impacto na renda e o medo do desemprego levaram 77% dos consumidores a reduzirem o consumo de pelo menos um de 15 produtos testados. Apenas 23% dos entrevistados não reduziram em nada suas compras, na comparação com o hábito anterior à pandemia.

O estudo também revela que praticamente metade dos trabalhadores (48%) tem medo grande de perder o emprego. Somado ao percentual daqueles que têm medo médio (19%) ou pequeno (10%), o índice chega a 77%.

Além disso, a maioria dos brasileiros (50% a 72%) planeja manter nível de consumo adotado durante o isolamento depois da pandemia.

Apesar das perdas econômicas, a população brasileira segue favorável ao isolamento social (86%) e quase todo mundo (93%) mudou sua rotina durante o período de isolamento.

Sobre o retorno ao trabalho após o fim do isolamento social, a maior parte dos trabalhadores formais e informais (43%) afirma sentir-se segura, enquanto 39% se dizem mais ou menos seguros e apenas 18%, inseguros.

"As atenções dos governos, das empresas e da sociedade devem estar voltadas, prioritariamente, para preservar vidas. Entretanto, é crucial que nos preocupemos também com a sobrevivência das empresas e com a manutenção dos empregos. É preciso estabelecer uma estratégia consistente para que, no momento oportuno, seja possível promover uma retomada segura e gradativa das atividades empresariais", disse Robson Braga de Andrade, presidente da CNI.

Endividamento

A pesquisa também alerta para o endividamento, que atinge mais da metade da população (53%). O percentual é a soma dos 38% que já estavam endividados antes da pandemia e os 15% que contraíram dívidas nos últimos 40 dias.

De maneira geral, nove em cada dez entrevistados consideram grandes os impactos da pandemia de coronavírus na economia brasileira.

O levantamento foi realizado pelo Instituto FSB Pesquisa com 2.005 pessoas de todas as Unidades da Federação entre os dias 2 e 4 de maio e tem margem de erro de dois pontos percentuais.

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