Medidas radicais da China teriam evitado mais de 700 mil casos da COVID-19, aponta estudo

As ações tomadas pelas autoridades chinesas reduziram o número de casos do novo coronavírus aos níveis muito baixos em seu território, mesmo assim o gigante asiático não está fora de perigo, advertem pesquisadores.
Sputnik

As medidas rigorosas tomadas pela China durante os primeiros 50 dias da epidemia de coronavírus na cidade de Wuhan teriam evitado mais de 700 mil infecções. Dentre as medidas, é frisada a decisão de fechar completamente as fronteiras chinesas e impedir a expansão do vírus, aponta estudo publicado na terça-feira (31) na revista Science.

A pesquisa, realizada por pesquisadores da China, EUA e Reino Unido, propõe que o controle drástico, estabelecido na capital da província de Hubei, deu tempo precioso a mais de 130 cidades chinesas.

Depois que as autoridades chinesas ordenaram o fechamento de Wuhan, medida que foi vista inicialmente como dramática, no 50º dia da epidemia, o número de casos confirmados na China era de aproximadamente 30 mil.

"As nossas análises sugerem que, sem a proibição de viajar de e para Wuhan e sem a reposta de emergência nacional, haveria mais de 700.000 casos confirmados da COVID-19 fora de Wuhan até agora. As medidas de controle da China parecem ter funcionado, rompendo com êxito a cadeia de transmissões – prevenindo o contato entre pessoas infectadas e suscetíveis", destaca Christopher Dye, um dos autores do estudo, citado pelo portal da Universidade Estadual da Pensilvânia, EUA.

O estudo também aponta que nas cidades chinesas onde foram implementadas proibição de reuniões, fechamento de zonas de entretenimento, suspensão de transportes públicos e outras medidas foram registrados menos de 33% casos durante a primeira semana do surto do que em outros municípios onde não foram implementadas medidas semelhantes.

No entanto, ainda permanece o risco de reaparição da transmissão da doença. China decretou a existência da preocupação do surgimento de um novo surto devido aos casos importados. Até 31 de março, foram registrados na China 771 casos vindos do exterior.

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