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Analista: Embraer tem expertise suficiente para ajudar na luta contra a pandemia

Com 50 anos de experiência no desenvolvimento de tecnologias, a Embraer tem expertise suficiente para ajudar nos esforços de combate à COVID-19, mesmo atuando fora de seus setores tradicionais, garante especialista ouvido pela Sputnik.
Sputnik

Nesta semana, a Embraer anunciou que está se juntando a outras empresas e centros de pesquisas do Brasil para "colaborar com tecnologias que possam aumentar a disponibilidade de equipamentos e soluções para o combate" ao surto da COVID-19 no país.

Por meio de nota, a companhia afirmou que tem trabalhado em conjunto com fornecedores em áreas como "a fabricação de peças para a indústria de ventiladores e respiradores, a substituição de componentes importados para ventiladores, o desenvolvimento de sistemas de filtros de alta eficiência para transformação de leitos regulares em tratamento intensivo e estudos para o desenvolvimento de respiradores simples, robustos e portáteis visando a rápida implementação e disponibilidade", a fim de atender a demandas urgentes do setor médico.

​Atualmente, o Brasil já tem 3.027 pessoas contaminadas pelo novo coronavírus, somando 77 mortes. Com parte da população seguindo as instruções de autoridades estaduais e municipais para permanecer em casa, o surto ainda não chegou a um ponto crítico no país, mas a expectativa é a de que o número de casos aumente nos próximos dias, aumentando também a demanda por equipamentos nos hospitais.

"Essa iniciativa da Embraer de participar desse esforço da sociedade brasileira no combate à pandemia que nós estamos assistindo é uma iniciativa muito louvável, positiva. E acredito que a companhia tem todas as condições, sim, de coordenar projetos de provimento de equipamentos médicos que exigem uma menor complexidade tecnológica", afirma em entrevista à Sputnik Brasil o economista Volney Gouveia, gestor do curso de Ciências Aeronáuticas da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (SP).

De acordo com o especialista, embora as atividades principais do conglomerado transnacional brasileiro se concentrem no setor aeronáutico, a empresa reúne grandes capacidades, conta com várias subsidiárias e parceiros e atua na linha de frente de uma indústria importante, o que o faz acreditar que a mesma possui domínios tecnológicos e experiência suficiente para ajudar a atender a algumas necessidades do país neste momento.

"Na minha avaliação, esse expertise da Embraer de atender a esse chamamento para prover equipamentos médicos neste momento específico pelo qual estamos passando já vem antes dessa fusão com a Boeing, e isso, mais uma vez, deixa claro a capacidade da Embraer em ser um polo de referência tecnológica importante, que cria spillovers, que cria aquela capacidade de espraiamento e de difusão de tecnologias que ela mesma desenvolve para outros setores importantes."

Esse expertise, segundo Gouveia, vem evoluindo ao longo dos últimos 50 anos, sendo proveniente das próprias especializações da companhia na fabricação de jatos comerciais e executivos e no desenvolvimento de tecnologias para o setor aeronáutico, de forma geral, agrícola e de defesa.

"Então, eu vejo que essa capacidade da Embraer neste momento, de atender a essa demanda por fabricação de componentes médicos envolve, de um lado, produtos de baixa complexidade tecnológica e, por outro lado, uma companhia que reúne expertise e domínio de tecnologia de ponta."

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