Novas fragatas da Marinha do Brasil significam 'retomada' da indústria naval, diz especialista

O contrato que deve ser assinado nesta quinta-feira (5) entre a Marinha do Brasil e o consórcio Águas Azuis pode trazer um novo capítulo para a indústria naval, avalia especialista ouvido pela Sputnik Brasil.
Sputnik

O contrato de US$ 1,6 bilhão foi definido por licitação e prevê a construção de quatro embarcações no estaleiro Oceana, em Itajaí, Santa Catarina, segundo informações da NSC. O consórcio vencedor da disputa é formado pela companhia alemã Thyssenkrupp e pela Embraer e há a previsão de transferência de tecnologia para o Brasil. 

Ainda de acordo com a NSC, até dois mil empregos diretos podem ser criados pela construção das fragatas, além de oito mil indiretos. 

Ricardo Cabral, pesquisador da Escola de Guerra Naval, explica que as novas embarcações irão servir de reposição para corvetas construídas no Brasil na década de 1970, batizadas de "Classe Niterói".

"Foi uma surpresa muito boa pelo preço que veio. Os navios [novos] irão suprir essa lacuna desses seis navios que tem mais de 40 anos e estão dando baixa, o ideal seria mais navios, pelo menos seis", avalia Cabral em entrevista à Sputnik Brasil. 

O especialista acredita que as obras no estaleiro Oceana são a "retomada da construção naval de navios militares aqui no Brasil" e que a transferência de tecnologia do contrato será importante para as Forças Armadas do Brasil. 

"Vamos apreender técnicas de construção naval mais modernas, dar um verdadeiro salto na nossa capacidade de projeto", diz o pesquisador da Escola de Guerra Naval. "Podemos entrar na cadeia global [de equipamentos de Defesa] com esse contrato."
Comentar