Ex-presidente dinamarquês compara 'Acordo do Século' de Trump a apartheid para palestinos

O ex-presidente dinamarquês, Mogens Lykketoft, afirmou que o plano de Trump para resolver o conflito israelo-palestino trará tudo menos paz à região.
Sputnik

Uma carta aberta, alertando sobre os perigos do "Acordo do Século", foi escrita por um grupo de ex-funcionários europeus, incluindo Lykketoft. Na mensagem, o grupo também pediu à União Europeia para rejeitar qualquer tentativa dos EUA de implementar o acordo.

Com o suposto propósito de trazer "paz" e criar um Estado palestino "independente", o plano foi revelado em fevereiro pelo presidente americano, Donald Trump, e pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, mas foi imediatamente condenado pelos palestinos e por muitos países em todo o mundo.

Na opinião do ex-líder da Dinamarca, esse acordo não cumprirá o que diz, principalmente em relação a "paz e solução de dois Estados". Ele ainda explica que os signatários da carta aberta acreditam que o plano de Trump só legitimará o status quo existente, ao mesmo tempo que torna as condições para os palestinos ainda piores.

Contradiz resoluções da ONU

"Ele [o acordo] vai perpetuar a ocupação e os direitos desiguais. Transformará o resto do território palestino em algo como os bantustões [pseudo-Estados criados pelo regime do apartheid] na África do Sul durante o período do apartheid. Não é uma receita para a paz, é uma receita para as condições desiguais e a falta de paz na região", argumentou o político dinamarquês ao canal russo RT.

Ex-presidente dinamarquês compara 'Acordo do Século' de Trump a apartheid para palestinos

Lykketoft acredita que o processo de paz para Israel e Palestina deve se basear nas diretrizes negociadas pela ONU, e que o plano de Trump é "uma ruptura total dessas condições", pois contradiz um grande número das resoluções das Nações Unidas.

"O plano é realmente a confirmação da presença de condições totalmente instáveis e injustas no terreno. E isso certamente não contribui para algo como a paz no Oriente Médio", concluiu.

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