'Suicídio nuclear': cientista explica como guerra atômica pode ser devastadora aos EUA

Um ataque sem resposta de mil ogivas nucleares dos EUA contra Rússia ou China pode ser devastador aos próprios americanos, segundo artigo publicado na revista The Conversation.
Sputnik

Para o autor da publicação Joshua Pearce, professor de Ciência e Engenharia de Materiais da Universidade de Tecnologia de Michigan (EUA), o uso unilateral de armas nucleares por um país tem impacto sobre ele mesmo.

Nesse cenário, uma enorme quantidade de fuligem entraria nas camadas superiores da atmosfera, o que provocaria o resfriamento global e o declínio da agricultura, sugere o professor.

De acordo com a pesquisa do cientista, o lançamento de mil ogivas nucleares norte-americanas contra um inimigo, mesmo se ninguém retaliasse, provocaria fome em massa, no próprio território americano, causada pelas mudanças climáticas após o ataque. Com isso, os Estados Unidos começariam a perder 140 mil pessoas por ano, já se o país usasse 7.000 ogivas nucleares, as perdas humanas poderiam aumentar para cinco milhões por ano.

Dissuasão nuclear

"Cada nação disposta a usar o seu armamento nuclear deve determinar se tem a capacidade de sobreviver aos problemas causados por si mesma. Nações com armas nucleares aderem todas ao conceito de dissuasão nuclear – a ideia de que mais poder de fogo nuclear é intimidante e faz outros países pensarem duas vezes antes de se envolverem em uma luta", comentou o professor.

O professor americano opina que, mesmo um ataque americano sem resposta contra a China ou a Rússia poderia ser devastador para o país norte-americano.

Em janeiro, físicos, incluindo vários ganhadores do Prêmio Nobel, adiantaram o chamado relógio do Dia do Juízo Final em 20 segundos em direção à meia-noite. Este projeto, inventado em 1947 pelo físico teórico alemão Albert Einstein, reflete a probabilidade de uma catástrofe global que poderia fazer a humanidade desaparecer da face da Terra.

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Os cientistas acreditam que, devido à incapacidade dos líderes mundiais de lidar com a ameaça de conflito nuclear, com as mudanças climáticas e com a guerra cibernética, as pessoas estão hoje mais próximas do que nunca do ponto de não retorno.

Segundo os especialistas da revista Bulletin of the Atomic Scientists, agora as ameaças tornaram-se mais tangíveis devido ao agravamento dos conflitos mundiais e guerras no ciberespaço, bem como dos problemas climáticos.

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