Pompeo qualifica Huawei como 'cavalo de Troia' para roubo de dados

Altos funcionários dos EUA fazem declarações duras contra a empresa chinesa e colocam em dúvida parcerias com aliados que aceitarem a tecnologia 5G. Anteriormente, chanceler da China havia questionado as motivações da campanha dos EUA contra a Huawei.
Sputnik

Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, e o secretário de Defesa, Mark Esper, utilizaram a Conferência de Segurança de Munique como plataforma para elevar o tom da campanha dos EUA contra a empresa chinesa de telecomunicações Huawei, que tomou a dianteira no desenvolvimento da tecnologia 5G.

De acordo com os altos funcionários do governo dos EUA, os equipamentos da companhia chinesa são uma ameaça à OTAN e seus aliados.

Um dia após a empresa chinesa ser alvo de novas acusações criminais na Justiça dos EUA, em que ela é acusada de roubar propriedade intelectual de uma operadora norte-americana, a T-Mobile, Pompeo acusou a empresa de ser um "cavalo de Troia para a inteligência chinesa".

Esper, por sua vez, qualificou a empresa de "personificação" da "estratégia nefasta" da China de infiltrar e dominar pontos críticos da infraestrutura ocidental.

"Se nós não compreendermos essa ameaça nem agirmos para contê-la, no fim das contas ela irá comprometer a aliança militar mais bem-sucedida da história, a OTAN", declarou o secretário de Defesa em Munique.

Aliados-chave dos EUA na Europa, como a França e o Reino Unido, declararam que não pretendem banir a Huawei de instalar redes de 5G em seus territórios, apesar de virem a impor restrições às operações da empresa.

Pompeo qualifica Huawei como 'cavalo de Troia' para roubo de dados

Esper reiterou a posição da administração Trump de que a Huawei pode deixar os "nossos aliados" vulneráveis "à manipulação e espionagem", o que poderia, eventualmente, "prejudicar nossas alianças".

Washington impôs sanções contra a empresa chinesa, que está impedida de adquirir equipamentos de telecomunicação dos EUA. A filha do dono da empresa, Meng Wanzhou, está em prisão domiciliar no Canadá, onde é acusada de violar sanções dos EUA contra o Irã.

Campanha 'imoral'

Anteriormente, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, havia acusado os EUA de investir contra a Huawei por causa do seu sucesso.

"Não sabemos por que esse país superpoderoso está o poder de seu Estado e mobilizando seus aliados para atacar a Huawei, que é uma empresa privada. É uma empresa 100% privada. Ela tem crescido graças à sua própria diligência, sabedoria e à observância das regras de mercado", elencou.

"Talvez a única razão seja porque a Huawei se desenvolveu bem demais", ponderou o chanceler.

De acordo com Wang, não há "prova contundente" de que a Huawei tenha uma "porta dos fundos" que coloque em risco a "segurança dos EUA", disse, referindo-se à acusação de que o governo chinês teria uma "porta de acesso" a dados dos usuários da Huawei.

Pompeo qualifica Huawei como 'cavalo de Troia' para roubo de dados

"A Huawei já declarou publicamente que está disposta a assinar acordos que proíbam portas dos fundos com qualquer governo ou organização. A Huawei quer ter o nome limpo e mostrar transparência", explicou.

Os Estados Unidos adotaram uma política de contenção da expansão da empresa chinesa Huawei, que tomou a dianteira no desenvolvimento da infraestrutura para a tecnologia 5G e oferece acesso mais rápido à Internet para os consumidores.

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