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Brasil é visto como uma 'voz auxiliar aos EUA' no Oriente Médio, diz especialista

O Brasil sediou nesta semana a conferência internacional do chamado Processo de Varsóvia, que debateu a paz e a segurança no Oriente Médio.
Sputnik

O encontro faz parte de uma iniciativa da administração dos EUA, Donald Trump, para criar uma aliança própria na região e é visto como uma forma de isolar o Irã.

O professor de Relações Internacionais da Universidade Mackenzie, Maurício Fronzaglia, destacou que a participação do Brasil na reunião do Processo de Varsóvia representa a sua posição de alinhamento automático aos EUA.

"A participação do Brasil tem que ser colocada da maneira que expressa a posição brasileira de alinhamento automático com os EUA, que na verdade é o grande interessado na questão do Oriente Médio. O Brasil tem pouca influência na questão do Oriente Médio", afirmou.

De acordo com ele, embora historicamente o Brasil tenha sido um dos propositores na ONU da criação do Estado de Israel, a posição do Brasil "sempre foi de defender o diálogo".

"Agora, quem tem o maior poder e muito mais interesse em jogo no Oriente Médio são os EUA. Então a participação brasileira nesse processo está condicionada aos interesses norte-americanos na região", acrescentou.

Ao comentar a ausência na conferência de atores internacionais que tem influência no Oriente Médio, como Rússia, China e França, Fronzaglia observou que a convocação para a reunião "é mais uma forma de marcar e reforçar a posição norte-americana na região, e essa região norte-americana é contraposta aos interesses da China, Rússia e a própria União Europeia".

De acordo com ele, o Brasil não é visto na comunidade internacional como um país que pode auxiliar os processos de paz no Oriente Médio.

"Não nos veem como uma voz que poderia funcionar como um catalisador dos processos de paz, de patrocinar o diálogo, somos vistos como uma voz auxiliar aos EUA nessa política de alinhamento automático", completou.

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