Terremoto de baixa intensidade na Coreia do Norte é herança de testes nucleares, diz Seul

Terremoto de baixa intensidade registrado nesta quarta-feira (29) na Coreia do Norte foi ocasionado por falhas sísmicas causadas por teste nuclear realizado por Pyongyang em 2017, declarou o governo da Coreia do Sul.
Sputnik

Um terremoto de magnitude 2,5 foi detectado nesta quarta-feira (29), às 9h33 do horário local (cerca de 21h33 do dia anterior, no horário de Brasília), na província norte-coreana de Hamgyong, onde está localizada a área de testes nucleares de Punggye-ri, informou a Administração Meteorológica da Coreia do Sul (KMA, na sigla em inglês).

Punggye-ri foi palco do sexto e mais potente teste nuclear realizado na história da Coreia do Norte, em 2017.

"O terremoto foi natural, provavelmente causado pelo sexto teste nuclear", informou a administração.

Para a administração meteorológica, "a área [do terremoto] fica a mais ou menos 3 quilômetros a sudoeste da área do sexto teste nuclear".

Punggye-ri é a única área de testes com armamentos nucleares norte-coreanos de que se tem conhecimento. Cerca de seis testes teriam sido conduzidos no local, entre outubro de 2006 e setembro de 2017.

O teste nuclear de 2017 foi o maior já registrado na península coreana. Após sua realização, Pyongyang alegou ter testado com sucesso uma bomba termonuclear.

Terremoto de baixa intensidade na Coreia do Norte é herança de testes nucleares, diz Seul

Poucas semanas após o incidente, especialistas notaram a ocorrência de diversos tremores e deslizamentos de terra em regiões próximas à área de testes. De acordo com analistas, isso poderia indicar que os testes desestabilizaram geologicamente a região.

O terremoto desta quarta-feira (29) seria o mais recente indicativo de que o teste nuclear de 2017 modificou a estrutura geológica da área de forma permanente, acredita Woo Nam-chul, sismólogo da KMA.

"Antes do sexto teste, realizado em setembro de 2017, o solo da região era sólido o suficiente para não gerar terremotos naturais", afirmou Nam-chul.

No início de 2018, Pyongyang informou que o local seria fechado, alegando que o desenvolvimento do seu programa nuclear estaria completo, informou a Reuters.

Na época, o governo reuniu repórteres internacionais e destruiu túneis que davam acesso ao local. Apesar disso, a Coreia do Norte rejeitou a possibilidade de inspeção internacional da área.

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Desde que expirou prazo estipulado por Pyongyang para a retomada dos diálogos com os EUA, no fim de 2019, o governo norte-coreano declarou recentemente não se considerar obrigado a cumprir moratória imposta a testes nucleares ou com mísseis.

Apesar da frustração norte-coreana com o fracasso do diálogo bilateral com os EUA para a desnuclearização da península, nenhum novo teste foi registrado até agora.

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