Especialista sobre Oriente Médio: EUA podem ser alvo de mais ataques 'mortais'

Os ataques às tropas americanas no Iraque e na Síria poderiam se tornar mais "regulares, sofisticados e mortais", segundo artigo publicado na revista norte-americana National Interest.
Sputnik

O aviso foi emitido pelo analista Daniel Davis, tenente-coronel aposentado do Exército dos EUA.

No Oriente Médio, após o assassinato do general iraniano Qassem Soleimani, há um movimento crescente de vários grupos antiamericanos que ameaçam retaliar as forças norte-americanas como vingança, opina o autor do artigo, adicionando que, por enquanto, Teerã somente atacou edifícios vazios em duas bases americanas localizadas no Iraque.

Desencadear guerra total

Davis explica que, devido ao fato de nenhum americano ter sido morto na sequência dos ataques de mísseis, foi possível evitar uma situação perigosa, mas, da próxima vez isso pode resultar em uma guerra em grande escala.

"O perigo para as tropas americanas, porém, está longe de ter terminado, já que numerosos grupos e milícias da região prometem atacar alvos americanos nas próximas semanas e meses […] Da próxima vez, podemos não ter tanta sorte e os resultados podem desencadear uma guerra total que até agora evitamos", destaca.

O dever do Estado é proteger os cidadãos americanos e evitar conflitos desnecessários, por isso Washington deve oficialmente decidir se retirar do Iraque e da Síria antes que mais soldados morram em vão, comenta o ex-militar americano.

Saída de tropas da região

"Porque temos o dever solene de salvaguardar as vidas americanas e, para evitar guerras desnecessárias, temos de nos retirar do Iraque e da Síria antes que mais um militar seja morto desnecessariamente", ressalta o especialista.

"Devemos retirar imediatamente as nossas tropas da região, nas nossas condições e nos nossos prazos […] Não precisamos de um punhado de tropas no Iraque e da Síria para defender os nossos interesses em qualquer parte da região", explica.

A situação no Oriente Médio tem se agravado acentuadamente nas últimas semanas.

No dia 3 de janeiro, os EUA conduziram uma operação que eliminou o general iraniano Qassem Soleimani em Bagdá. Em resposta, o Irã lançou ataques de mísseis contra bases iraquianas onde as tropas americanas estão estacionadas.

Especialista sobre Oriente Médio: EUA podem ser alvo de mais ataques 'mortais'

Enquanto esperavam por possíveis ataques americanos, os militares iranianos abateram por engano um avião de passageiros ucraniano, matando as 176 pessoas a bordo. O Parlamento iraquiano, após o assassinato do general iraniano, instou à retirada das tropas estrangeiras do país.

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