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Bolsonaro fez 1 ataque a jornalistas a cada 3 dias em 2019, revela FENAJ

O presidente Jair Bolsonaro fez um ataque a cada três dias a jornalistas e veículos de comunicação em 2019, seu primeiro ano no comando do Brasil, revelou um levantamento feito pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ).
Sputnik

No total, a entidade contabilizou 116 ataques de Bolsonaro à imprensa no ano passado. Ou seja, o presidente fez cerca de 10 declarações contrárias à mídia a cada mês. Sendo mais específica, a FENAJ contabilizou 11 ataques diretos a jornalistas, e 105 tentativas de macular a credibilidade da imprensa.

"Quando um chefe de Estado ataca sistematicamente profissionais e veículos de imprensa, incentiva que seus apoiadores façam o mesmo, inclusive com intimidação, ameaças e até agressões. Bolsonaro potencializa a agressividade contra jornalistas, e com isso afronta os valores democráticos", afirmou a presidente da FENAJ, Maria José Braga, em um comunicado.

A entidade dos jornalistas acredita que o número de ataques de Bolsonaro seja ainda maior, uma vez que o levantamento registrou apenas postagens do presidente no Twitter e as entrevistas e discursos transcritos no site do Planalto.

A FENAJ ainda pediu que seja revista por parte das chefias de redação "a decisão de deslocar repórteres para cobrir entrada e saída do Palácio da Alvorada, onde os jornalistas dividem espaço com apoiadores do presidente, que constantemente ameaçam os profissionais".

Foi numa saída de Bolsonaro, em dezembro, que ele atacou jornalistas com ilações de cunho homofóbico depois de ser questionado sobre o caso envolvendo um dos seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), e o ex-PM Fabrício Queiroz, que foi assessor de Flávio e amigo pessoal do presidente.

"As declarações do presidente alimentaram a hostilidade contra jornalistas em 2019. Alguns ministros também passaram a fazer uso dessa tática, e isso incentivou apoiadores do governo a perseguir os jornalistas nos meios digitais, com mensagens ameaçadoras e exposição de dados privados. É uma tentativa desesperada de enfraquecer o exercício do jornalismo, e de desviar o foco das denúncias contra o governo que vêm se somando desde o início de 2019", avaliou o diretor da FENAJ, Márcio Garoni.

O aumento da violência contra jornalistas em tempos e polarização no Brasil não é injustificada. Em 2018, os casos de agressões a jornalistas cresceram 36,36% em relação ao ano anterior. Os dados referentes ao ano passado serão divulgados em 16 de janeiro, no Rio.

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