Emirados Árabes podem ser palco de catástrofe nuclear, segundo especialista

Paul Dorfman, ex-assessor em assuntos nucleares do governo britânico, disse que programa nuclear dos Emirados Árabes pode se tornar alvo de terroristas e provocar catástrofe nuclear.
Sputnik

Ainda em 2009, em acordo com a empresa sul-coreana Korea Electric Power Corporation, o governo dos Emirados Árabes deu início à construção da instalação de Barakah, uma das quatro usinas nucleares planejadas no país.

Contudo, conforme publicou o portal The Telegraph, as instalações nucleares poderiam se tornar o centro de uma catástrofe semelhante à de Chernobyl, de acordo com Paul Dorfman, presidente da empresa especializada em consultoria nuclear Nuclear Consulting Group e ex-assessor em assuntos nucleares do governo do Reino Unido.

Apesar de o governo árabe afirmar estar "comprometido com os maiores padrões de segurança nuclear e não proliferação", Dorfman acredita que a central nuclear carece de condições de segurança essenciais.

Para ele, Barakah, que deverá ter sua construção concluída em 2020, pode se tornar alvo de ataques terroristas no golfo Pérsico.

A ideia é refutada pelo governo dos Emirados Árabes, que acredita que seus sistemas de defesa antiaérea seriam capazes de proteger as instalações.

Contudo, o movimento iemenita houthi já disse ter logrado atacar a usina ainda em 2017, fato não reconhecido pelos Emirados Árabes, segundo a mídia.

Para Dorfman, o país árabe teria problemas de interceptar um ataque a tempo.

Ainda de acordo com a mídia, o ataque perpetrado contra as instalações da Saudi Aramco, que mostrou a ineficácia dos sistemas de defesa antiaéreos da Arábia Saudita, seria uma prova da insegurança das instalações nucleares.

Corrida nuclear

O especialista também acredita que as instalações dos Emirados Árabes poderiam esconder segundas intenções do país.

"A motivação de construir isso [armas nucleares] pode estar escondida [...] Eles [os Emirados Árabes] estão considerando seriamente a proliferação nuclear", declarou o especialista.

A usina, que será a primeira central nuclear da península Arábica, já se tornou fonte de suspeitas de que o país se prepara para uma corrida nuclear com o Irã, segundo o The Telegraph.

Enquanto isso, o governo do Qatar alegou que as instalações seriam uma ameaça para sua capital, Doha, e seu meio-ambiente.

É válido ressaltar que, em caso de vazamento nuclear, os populosos centros urbanos do golfo Pérsico seriam facilmente afetados pela radiação, causando um verdadeiro desastre nuclear.

Ameaça natural

Ainda de acordo com o especialista, as instalações podem ser sensíveis às mudanças climáticas.

O exemplo seriam temperaturas extremamente elevadas no local, que poderiam dificultar o trabalho do sistema de resfriamento da usina nuclear.

Enquanto isso, o Painel Intergovernamental da ONU sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), já relatou que o aumento do nível do mar se tornará mais frequente, o que põe em risco instalações nucleares próximas ao litoral, como a de Barakah.

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