MH370: 'Sequestrador pode ter sobrevivido e enganado todo mundo', diz especialista

Jornalista científico Jeff Wise levantou hipótese de que suposto sequestrador do Boeing 777 do voo MH370 da Malaysia Airlines burlou sistema de rastreamento dificultando sua localização.
Sputnik

Em 8 de março de 2014, o Boeing 777 do voo MH370, que saiu de Kuala Lumpur, Malásia, com destino à capital chinesa Pequim, desapareceu dos radares pouco depois de decolar.

Desde então, diversas teorias sobre o fim da aeronave foram consideradas por diferentes especialistas. Conforme publicou o portal Express, o jornalista científico Jeff Wise apresentou mais uma hipótese.

Ainda em 2015, Wise escreveu em seu livro "O Avião que Não Estava Lá" ("The Plane That Wasn't There", no original em inglês) sobre dois tipos de destino possíveis do MH370.

"Ou os sequestradores eram muito sofisticados e foram contrariados ou decidiram voar para o meio do oceano [...] Ou eles eram mesmo muito sofisticados e, não somente sobreviveram, como conseguiram esconder seus rastros de um jeito que enganaram absolutamente todo mundo", escreveu o jornalista.

Enganando o satélite

A tese de Wise se baseia em sete sinais registrados nas comunicações entre a aeronave e o satélite 3F1 da companhia britânica de telecomunicações Inmarsat.

Funcionários da companhia chegaram à conclusão de que os dados trocados entre o satélite e a aeronave poderiam ser usados para determinar a localização do voo.

Os dados em questão são tecnicamente chamados de BTO e BFO, ambos na sigla em inglês.

O BFO é a medida do movimento relativo do satélite e da aeronave, enquanto o BTO é a medida de tempo que uma transmissão leva para ser feita entre ambos os meios e pode ser usada para calcular a distância entre o satélite e a aeronave.

Segundo dados obtidos usando uma técnica da Inmarsat, a aeronave teria feito um arco sobre o oceano Índico antes de ir para o fundo do mar a oeste da cidade australiana de Perth.

Contudo, Wise acredita que se os dados emitidos foram adulterados, então eles mostrariam um trajeto falso do avião.

Para ele, os sequestradores poderiam acessar o centro eletrônico do Boeing 777, cujo acesso é possível a partir de uma escotilha destravada na cabine da primeira classe do avião.

Uma vez lá, um sequestrador poderia desligar a Unidade de Dados de Satélite (SDU, sigla em inglês) do Sistema de Referencial Inercial (IRS, sigla em inglês) e conectar seu próprio equipamento enganando a SDU e o satélite.

Sendo assim, ainda segundo o jornalista, para fazer tal façanha, o sequestrador teria que estar passos à frente dos melhores engenheiros do mundo e ter uma "inteligência diabólica".

Além disso, tal estratégia daria aos sequestradores total liberdade para aterrissar onde quisessem, deixando os investigadores fora de seu alcance.

Comentar