Assange não pode ser extraditado por causa de tratado entre EUA e Reino Unido, argumenta defesa

Os advogados do denunciante vão chamar até 21 testemunhas e empregar todos os meios necessários para evitar sua extradição aos EUA.
Sputnik

Os advogados do jornalista e fundador do WikiLeaks, Julian Assange, vão argumentar que um tratado entre os EUA e o Reino Unido proíbe explicitamente a extradição por ofensas políticas quando sua audiência começar em fevereiro de 2020.

"Dizemos que há no tratado uma proibição de ser extraditado por um delito político, e esses delitos, tal como são enquadrados e em substância, são delitos políticos", disse o advogado de Assange, Edward Fitzgerald, ao Tribunal de Magistrados de Westminster, em Londres.

Os advogados de defesa de Assange vão convocar até 21 testemunhas para defender seu caso, apresentar provas médicas, comentários públicos feitos por autoridades norte-americanas e detalhes do caso de Chelsea Manning para impedir a extradição do fundador do WikiLeaks para os EUA.

Manning está atualmente na prisão por desrespeito ao tribunal depois que se recusou a testemunhar perante um grande júri federal que estava tentando levantar acusações adicionais contra o WikiLeaks e Julian Assange.

Assange não pode ser extraditado por causa de tratado entre EUA e Reino Unido, argumenta defesa

Assange falou por videoconferência e deve comparecer pessoalmente no tribunal na sexta-feira (20) para responder a perguntas de um juiz espanhol acerca de "revelações sobre escutas de conversas com seus advogados" durante sua longa estadia na embaixada do Equador em Londres.

Caso de Julian Assange

O jornalista enfrenta 18 acusações nos EUA, incluindo conspiração para hackear computadores do governo e violar leis de espionagem, enfrentando uma possível pena de décadas na prisão. Sua audiência de extradição completa deve começar em 24 de fevereiro de 2020.

Essa audiência poderá durar até quatro semanas, devido à grande quantidade de provas que deverão ser apresentadas em sua defesa. Baraitser acrescentou que a próxima audiência começará no dia 23 de janeiro.

Assange esteve refugiado durante sete anos na embaixada do Equador em Londres, onde procurou asilo para evitar a extradição para a Suécia por alegações de estupro, que foram posteriormente retiradas. O governo equatoriano renegou sua promessa de asilo do denunciante em abril deste ano, o que fez com que as autoridades britânicas o prendessem.

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