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Mudança da embaixada brasileira em Israel visa atender pressão da bancada evangélica, diz analista

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, disse neste último sábado (14) que o Brasil pretende manter os planos de mudar a embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém.
Sputnik

Eduardo Bolsonaro participou da inauguração de um escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Importações (Apex), órgão vinculado ao Ministério das Relações Exteriores, em Jerusalém.

Em entrevista à Sputnik Brasil, Christopher Mendonça, cientista político, professor do Ibmec-MG, disse que é preciso olhar o desejo de mudança da embaixada como uma sinalização para seus apoiadores evangélicos.

"É importante lembrar também que o presidente Bolsonaro foi eleito ano passado com uma base muito ligada aos evangélicos [...] E existe uma pressão por parte dos evangélicos do Brasil para que haja uma aproximação com Israel e sobretudo a modificação do local onde está alocada a embaixada do Brasil naquela região", disse.

Mendonça disse que é preciso olhar para o desejo de mudança da embaixada brasileira como uma questão da política interna brasileira.

"O fator de maior importância em relação a esse tema é exatamente as bases eleitorais do presidente, nós não estamos tratando de um tema de natureza totalmente internacional, nós temos uma pressão muito grande daqueles que levaram o presidente na sua maioria ao Planalto", afirmou Mendonça, se referindo aos diversos grupos evangélicos que ajudaram a eleger Bolsonaro.

Christopher Mendonça também destaca que a mudança da embaixada pode prejudicar as exportações brasileiras para os países árabes, sobretudo o setor agropecuário.

"Nós sabemos que a modificação da localização lá da embaixada poderá influenciar de maneira negativa os países árabes, que são consumidores históricos de produtos agroexportadores aqui para o Brasil. Essa aproximação com Israel pode trazer consequências negativas para a relação do Brasil com os países árabes", completou.

A mudança da embaixada foi uma promessa de campanha de Jair Bolsonaro, mas foi postergada principalmente pela repercussão que o gesto teria com países árabes que são grandes importadores de carne brasileira. Ao invés da transferência, o governo decidiu abrir o escritório comercial.

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