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Para embaixador, Brasil tem recursos para pagar o 'boleto' e evitar punição da ONU

O Brasil corre o risco de perder o direito de voto na ONU caso não pague uma dívida milionária ainda este mês. A Sputnik Brasil ouviu um embaixador brasileiro para comentar a situação.
Sputnik

A dívida com a Organização das Nações Unidas (ONU) soma US$ 126,6 milhões, o equivalente a cerca R$ 530 milhões - pagamento mínimo. O alerta sobre a dívida do Brasil com a organização foi lançado pela equipe técnica do Ministério da Economia. Para a equipe, o risco de perda de voto é "considerável".

O Ministério já enviou ao Congresso Nacional um pedido para que a dívida possa ser paga. A estimativa da dívida total do Brasil, segundo a ONU, é de cerca de US$ 415 milhões.

O embaixador brasileiro Marcos de Azambuja explicou à Sputnik Brasil sua visão acerca do risco de que o Brasil perca o direito a voto na ONU.

"É uma hipótese com a qual eu não trabalho. O Brasil dispõe de imensas reservas internacionais. O Brasil não está pressionado na sua balança de pagamento", afirma.

Azambuja acrescenta que acredita que não seja uma situação de aperto financeiro, mas de descuido.

"Portanto não se trata de uma daquelas situações em que haja ausência de recursos para saldar uma dívida. O que houve foi que se deixou acumular isso", opina.

Para o embaixador, o Brasil deve agora negociar com a organização com o objetivo de manter o voto e realizar o pagamento. Ainda segundo sua análise, a perda do voto não é desejável nem ao Brasil, nem à organização.

"O Brasil é sócio-fundador da ONU. É dos membros, portanto, do começo e desde então tem uma atividade muito presente dentro da organização. E é uma coisa desprestigiosa para o Brasil se perder esse voto", avalia.

O embaixador explica que o principal prejuízo caso o voto seja perdido seria de prestígio do Brasil diante da comunidade internacional. Porém, o diplomata reitera que essa é uma possibilidade remota.

"Haverá um jogo de suspense, essas coisas têm uma certa dramaticidade, deixa-se um pouco para a última hora, mas eu não estou trabalhando com a hipótese de que o Brasil perca pela primeira vez o seu direito de voto nas Nações Unidas", conclui.
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