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'Quintal dos EUA': Washington ajudará governos latinos aliados a barrar protestos, diz Pompeo

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, afirmou que os EUA ajudarão "governos legítimos" na América Latina, a fim de impedir que os protestos "se transformem em tumultos".
Sputnik

Pompeo expressou a posição de Washington enquanto fazia comentários na Universidade de Louisville nesta segunda-feira.

Ele declarou que a política dos EUA na América Latina se baseia em "clareza moral e estratégica", o que significa que Washington "não pode tolerar" regimes que considere insatisfatórios na região.

Pompeo disse que os protestos na Bolívia, Chile, Colômbia e Equador refletem o "caráter de governos democráticos legítimos e expressão democrática" e que os governos da região devem respeitar isso.

"Trabalharemos com governos legítimos para impedir que os protestos se transformem em tumultos e violências que não refletem a vontade democrática do povo", pontuou.

Pompeo acrescentou que os EUA "continuarão a apoiar países que tentam impedir que Cuba e Venezuela sequestrem esses protestos". Ele também acusou a Rússia de influência "maligna" na América Latina e de "sustentar" o governo venezuelano de Nicolás Maduro.

Os comentários de Pompeo surgem após o golpe de novembro na Bolívia, no qual o presidente socialista Evo Morales foi deposto enquanto protestos violentos e ataques a políticos o obrigaram a deixar o país. Jeanine Añez, líder da oposição, se declarou "presidente interina". Os protestos liderados pela oposição começaram por supostas irregularidades nas eleições.

'Quintal dos EUA': Washington ajudará governos latinos aliados a barrar protestos, diz Pompeo

As opiniões distintamente francas de Pompeo são uma espécie de admissão de que os EUA incentivarão protestos violentos e mudanças de regime onde considerarem um governo ilegítimo, mas trabalharão para anular o sentimento antigovernamental em países que veem como aliados obedientes.

Embora os EUA tenham apoiado o golpe boliviano, bem como as tentativas de golpe na Venezuela no início deste ano, praticamente ignoraram os protestos contra o governo no Chile, onde culpa a influência "maligna" da Rússia e da China.

Na Venezuela e na Bolívia, Washington apoia os auto-declarados "presidentes interinos".

Pompeo concluiu dizendo que ainda há "muito trabalho a fazer" na região, referindo-se à América Latina como o "quintal" dos EUA, segundo a agência AFP. Ele também alertou contra "atividades predatórias chinesas" na região, que, segundo ele, podem levar os países a fazer acordos que "parecem atraentes", mas "ruins" para os cidadãos.

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