Maduro condena que Bachelet não se pronuncie por mortes na Bolívia

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, condenou neste sábado que a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, não se pronuncie pelos mortos registrados nas manifestações na Bolívia, mas que o faça pela oposição ao seu país.
Sputnik
"O que aconteceu na Bolívia [é] um golpe de Estado fascista-racista, um massacre de 25 mortos por tiros, a senhora Michelle Bachelet deveria dizer por que não falou sobre a Bolívia e continua sua obsessão fatal contra a Venezuela", disse o chefe de Estado durante um telefonema na transmissão da concentração em apoio a Evo Morales em Caracas.

"Por que Michelle Bachelet tem uma obsessão fatal contra a Venezuela? Ontem massacraram sete camponeses em Cochabamba", acrescentou. Maduro reiterou que o presidente da Bolívia ainda é Evo Morales e que em breve retornará à nação.

"Eles não serão capazes de parar o povo da Bolívia, o povo da Bolívia está escrevendo uma grande história e ensinará à oligarquia racista uma lição que eles não esquecerão por mil anos, o povo da Bolívia está nas ruas hoje, dia após dia, e ele não tem medo de balas, repressão ou traição de um punhado de soldados e policiais", afirmou.

O ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, declarou anteriormente que recebeu uma mensagem de Bachelet na qual solicitava que as autoridades daquele país do Caribe não reprimissem a marcha da oposição que ocorreu neste sábado em paralelo à do partido no poder.

Maduro condena que Bachelet não se pronuncie por mortes na Bolívia

"Ela me escreveu pedindo hoje não repressão contra a marcha da oposição [...] Eu disse à sra. Bachelet como é possível que você me dê essa sugestão e, pior ainda, em nome do Alto Escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos, quando você praticamente não fez nada pelo que acontece no Chile, no Equador, pelo que aconteceu na Bolívia", afirmou.

O governo de fato da Bolívia anunciou que expulsará as autoridades venezuelanas de La Paz por "violar as normas diplomáticas e por se envolver nos assuntos internos do Estado".

Até agora, o governo de Maduro não se pronunciou sobre as ações que tomará após a expulsão de diplomatas venezuelanos. O Executivo venezuelano condenou o golpe na Bolívia e rejeitou a auto-proclamação da senadora da oposição Jeanine Áñez.

Além disso, Maduro pediu às Forças Armadas bolivianas que respeitem o Estado de direito e restaurem Evo Morales à presidência da nação.

Morales, ex-líder aimará dos sindicatos dos produtores de coca, renunciou em 10 de novembro passado em meio a protestos violentos e após solicitação expressa da polícia e das Forças Armadas, consequência de um relatório da Organização dos Estados Americanos (OEA) acerca de irregularidades na eleição de 20 de outubro.

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