Irã aumenta 12 vezes produção diária de urânio após saída dos EUA do acordo nuclear

Teerã salientou que seu programa nuclear tem fins pacíficos e insistiu aos signatários europeus que salvem o acordo nuclear.
Sputnik

Um documento confidencial da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirma que o Irã incrementou exponencialmente suas reservas de urânio de baixo enriquecimento após reiniciar a produção em dois reatores, Natanz e Fordo, informou na segunda-feira (11) a AP.

A agência reguladora menciona que o arsenal deste elemento químico supera a quantidade permitida no Plano de Ação Integral Conjunto (JCPOA, na sigla em inglês), acordo nuclear assinado em 2015 que está em risco desde a saída unilateral dos EUA na administração de Donald Trump.

Irã aumenta 12 vezes produção diária de urânio após saída dos EUA do acordo nuclear

Atualmente, a República Islâmica do Irã produz ao menos 5,5 quilos diários de urânio de baixo enriquecimento, em comparação com a cifra anterior de 450 gramas diárias, de acordo com Ali Akbar Salehi, presidente da Agência de Energia Atômica do Irã. Este aumento responderia à ativação de mil centrífugas em Fordo, no norte do país.

A AIEA aponta que a partir de 4 de novembro, o arsenal de urânio de baixo enriquecimento iraniano era de 372 quilos em comparação com os 241,6 quilos informados em 19 de agosto, superando o limite de 202,8 quilos estimado pelo acordo nuclear.

Ainda que o relatório informe que Teerã está enriquecendo urânio ao nível de 4,5%, enquanto o nível permitido pelo acordo é de 3,67%, a produção continua abaixo do necessário para armas, cuja graduação corresponde normalmente a 90%.

Contudo, Teerã reitera que seu programa nuclear tem fins pacíficos e solicitou aos signatários europeus que reforcem o comprometimento ao JCPOA e que evitem um novo regime de sanções imposto por Washington. "Ao prolongar o acordo nuclear, alcançaremos um enorme objetivo político, defensivo e de segurança", afirmou o presidente iraniano Hassan Rouhani.

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