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BRICS: Crescimento econômico desigual pode distanciar países do bloco, diz economista

Os interesses dos países do BRICS devem se tornar cada vez mais divergentes, em função da disparidade dos ritmos de crescimento econômico nos países do bloco, aponta o economista Sergei Ermolaev, da Cátedra de Teoria Econômica da Universidade Plekhanov de Economia da Rússia.
Sputnik

Nesta semana, a agência de classificação de risco Standard and Poor’s (S&P) publicou um relatório no qual defende que não faz mais sentido agrupar os países do BRICS em um grupo unificado. Para a agência, as disparidades nos ritmos de crescimento do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul são muito significativas.

"Infelizmente para nós, neste caso devemos concordar com a S&P. Lembremos que o termo 'BRIC' foi cunhado pela primeira vez no ano de 2001. A África do Sul foi incluída no bloco posteriormente. Naquela época, o Brasil, a Rússia, a Índia e a China, como grupo das maiores economias emergentes do mundo, tinham perspectivas de crescimento econômico muito, muito boas", disse o economista.

Ermolaev também lembrou que o crescimento médio do Brasil no período de 2001 a 2010 foi de 3,7%. A média da Rússia foi de 4,8%, enquanto a da Índia totalizou 7,5% e a da China –10,5%.

"Notemos que já nessa década [2001-2010] o ritmo de crescimento dos países do BRICS já era bastante dispare", disse o economista, acrescentando que essa desigualdade se manteve no período de 2011 a 2019.

De acordo com o último prognóstico do FMI, as economias da China e da Índia devem crescer 6,1% em 2019, enquanto a economia russa deve crescer 1,1%. A economia do Brasil, por outro lado, deve escapar por pouco da recessão, com um crescimento de 0,9%, bem como a África do Sul com 0,7%.

BRICS: Crescimento econômico desigual pode distanciar países do bloco, diz economista

O FMI prevê que no ano de 2020 o crescimento da economia indiana seja de 7%, superior ao crescimento chinês, estimado em 5,8%. Os demais países do grupo, Rússia, Brasil e África do Sul, devem enfrentar crescimentos muito mais baixos: 1,9%, 2% e 1,1%, respectivamente.

"Em perspectiva de longo prazo, a Índia e a China devem ultrapassar significativamente os demais membros do grupo no quesito do crescimento econômico. Por isso, é inevitável que os interesses dos países do BRICS se distanciem gradualmente", explicou o economista.

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