Em convenção, trabalhistas britânicos decidem não fazer campanha para ficar na UE

Em seu 119º congresso anual, o Partido Trabalhista britânico decidiu em votação apertada não fazer campanha aberta para que o Reino Unido permaneça na União Europeia (UE).
Sputnik

Por uma margem estreita, os trabalhistas optaram por não forçar o líder da legenda, Jeremy Corbyn, a promover uma campanha para reverter o resultado do referendo de 2016, que definiu a saída do país do bloco europeu.

O divórcio definitivo entre o Reino Unido e a UE está previsto para 31 de outubro, e até o momento não há um acordo para o fim do casamento de 46 anos.

Corbyn, numa tentativa de unir os lados pró e contra o Brexit, decidiu se manter afastado das discussões, e colocar sobre os ombros do partido a decisão final.

A votação ocorrida nesta segunda-feira (23) partiu de uma moção popular defendendo que o Partido Trabalhista deveria fazer "campanha energética para permanecer na União Europeia e por um segundo referendo".

O resultado significa que a legenda ficará onde está: a favor de um novo referendo, mas contra fazer campanha aberta por ficar ou sair do bloco.

A convenção pode ser considerada uma vitória para Corbyn, líder trabalhista desde 2015 e defensor uma posição neutra sobre o Brexit, e uma derrota para o grupo mais claramente favorável à União Europeia. No entanto, como resultado da crise envolvendo a saída da UE, o apoio da legenda no país vem caindo recentemente.

Prefeito de Londres diz que trabalhistas querem ficar na UE

O prefeito de Londres, Sadiq Khan, lamentou o resultado, segundo publicado pela agência AFP.

"Eu não acredito que essa decisão reflete a visão da esmagadora maioria dos membros do partido, que desesperadamente querem impedir o Brexit. O Partido Trabalhista é um partido pela permanência", disse.

Recentemente, o parlamento britânico votou a favor de uma medida para barrar a saída do Reino Unido da União Europeia sem acordo. Por outro lado, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, defende um Brexit com o sem acordo. Após ser derrotado no Congresso, ele pediu a realização de eleições antecipadas, mas novamente perdeu para a oposição, que rechaçou a proposta.

Em meio à confusão, o premiê suspendeu por 5 semanas as atividades do parlamento, que só retorna no dia 14 de outubro, pouco tempo para decidir o que fazer em relação ao fim do casamento europeu. 

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