Autoconfiança dos EUA pode colocar mundo em risco, afirma ministro da Defesa da Rússia

A confiança dos EUA na superioridade da sua força poderia levar o país a tomar medidas irracionais, tornando-se uma ameaça para o mundo.
Sputnik

"Quando você nota sua vulnerabilidade e está interessado em manter o equilíbrio e a segurança geral em igualdade, isso faz você usar a cabeça. Mas quando você acha, como continuam a achar os EUA, que o equilíbrio do poder está a seu favor, pode se ter uma diversidade de ideias, incluindo algumas que não sejam muito racionais. É precisamente nesta situação que eu vejo a principal ameaça [...]", afirmou o ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, em entrevista ao jornal Moskovsky Komsomolets.

Shoigu também observou que com o alto nível de informatização e automação há uma grande probabilidade de ocorrer um erro no sistema de gerenciamento de armamentos, e por isso as questões de segurança da informação terão um papel de destaque.

Perante o cenário atual, a Rússia está realizando testes com suas armas mais recentes e interrompeu a produção de 12 modelos de armas avançadas após falharem durante testes realizados em missões na Síria. Outros 300 modelos de armas foram modernizados.

Autoconfiança dos EUA pode colocar mundo em risco, afirma ministro da Defesa da Rússia

"Como resultado das missões de combate na Síria [...] posso afirmar que aproximadamente 300 tipos de armas foram melhorados levando em conta a experiência na Síria e outras 12, consideradas promissoras antes, nós simplesmente retiramos da produção e do serviço", afirmou Shoigu, tendo em agosto sido ressaltado que na Síria foram testados 231 modelos de armas modernas e modernizadas que mostraram alta eficiência em combate.

Entre essas armas está o míssil de cruzeiro Kalibr, que foi modernizado após seu emprego em missões na Síria.

"[...] Costumava demorar muito tempo para programar a missão em um míssil de cruzeiro Kalibr, tanto que o alvo poderia escapar. Hoje o tempo de carregamento foi reduzido [...]", ressaltou Shoigu.

Participação da Rússia em uma eventual guerra

Durante a entrevista, Shoigu também afirmou que a participação da Rússia em uma eventual guerra em grande escala não é uma questão imediata.

"Espero que a questão sobre uma guerra em grande escala não se ponha atualmente", disse Shoigu, respondendo à pergunta sobre um provável envolvimento da Rússia em um conflito em grande escala em um futuro próximo.

"Todos os riscos e consequências de uma guerra em grande escala são óbvios para todos nós", enfatizou, lembrando que o mundo está se tornando cada vez mais imprevisível e inseguro.

Isso porque a retirada dos EUA de dois importantes tratados de controle de armas nucleares torna o mundo cada vez mais imprevisível e inseguro.

"Os EUA já saíram de dois importantes tratados de controle de armas nucleares. No momento, ainda há o START-3, que também está sendo discutido nos EUA, se ele deve ou não ser prolongado", completou o ministro.

Com essas atitudes, o mundo está se tornando um lugar de alto risco e imprevisível.

Autoconfiança dos EUA pode colocar mundo em risco, afirma ministro da Defesa da Rússia

Tanto é que hoje os EUA possuem 170 bases militares espalhadas pelo mundo. Contudo, a Rússia pode conter os EUA de maneira eficaz.

"A Rússia não só pode como já se opõe eficazmente à América. Isso graças à nossa ciência, indústria e novos desenvolvimentos. Além disso, nós não tentamos competir com eles em todas as frentes. Se citarmos o orçamento militar dos EUA, você entenderá que eles têm despesas enormes com as diversas bases distribuídas por todo o mundo. A América possui 170 bases", afirmou Shoigu.

Apenas os gastos dos EUA com sua operação no Afeganistão quase igualam o orçamento anual da Defesa russa.

"O valor gasto pelos EUA em companhias militares privadas e em grupos de porta-aviões é muito alto. Mas será que a Rússia precisa de cinco a dez grupos de porta-aviões se nós não queremos atacar ninguém? Precisamos de fundos que possam ser potencialmente usados para conter esse tipo de grupos de porta-aviões do adversário em caso de agressão contra nosso país. Isso é incomparavelmente mais barato e eficaz!", completou o ministro.

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