Moratória da Argentina dificultará acesso a crédito e reeleição de Macri, diz economista

O plano do governo do presidente argentino Mauricio Macri de parcelar sua dívida internacional irá dificultar possíveis financiamentos no futuro e trará dificuldades eleitorais. A avaliação é do economista e especialista em comércio internacional Welber Barral.
Sputnik

O ministro da Fazenda da Argentina, Hernán Lacunza, informou nesta semana que Buenos Aires tentará uma renegociação de suas dívidas de médio e longo prazo. Já as dívidas de curto prazo não serão pagas no cronograma previsto.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) emprestou US$ 57 bilhões para a Argentina. É o maior empréstimo da história do fundo.

Pós-doutor em Direito do Comércio Internacional pela Universidade de Georgetown, Barral lembra que a Argentina deu calote em sua dívida durante o mandato de Néstor Kirchner (2003-2007) e que a atual medida de Macri irá dificultar o acesso de Buenos Aires ao mercado de crédito internacional no futuro, assim como futuros planos de construção de infraestrutura. 

"A situação macroeconômica da Argentina não é simples, ao contrário do Brasil, eles não têm grandes reservas internacionais", diz. 

Ainda de acordo com Barral, a medida irá dificultar os planos de reeleição de Macri. O sócio-diretor da BMJ Consultores Associados analisa que a "expectativa" de uma melhora econômica com Macri não aconteceu porque o presidente, que assumiu em 2015, não conseguiu aplicar as medidas "ortodoxas que eram necessárias" e devido ao cenário econômico global e brasileiro.

O primeiro turno da eleição presidencial argentina será em 27 de outubro. Já um possível segundo turno será em 24 de novembro.

A chapa composta por Alberto Fernández e Cristina Kirchner venceu com ampla margem as prévias do pleito. 

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