Argentina pede moratória ao FMI e Fundo relata encontro com Fernández

O governo da Argentina pediu ao Fundo Monetário Internacional (FMI) que a dívida do país seja revista. A decisão foi anunciada nesta quarta-feira (28) pelo ministro da Fazenda, Hernán Lacunza.
Sputnik

A dívida que faz parte do pedido argentino é de US$ 56 bilhões. O objetivo da revisão é que diminua a turbulência no mercado cambial do país. O pedido de moratória significa que o país precisa dilatar o prazo de pagamento, que teria início em 2021, uma vez que não dispõe dos recursos necessários para saldar a dívida.

Ao anunciar a medida, o ministro afirmou que as conversas com o FMI podem ter início durante o governo de Maurício Macri, mas que seria inevitável que continuassem durante o governo seguinte, que terá início em 10 de dezembro.

Macri foi derrotado recentemente nas primárias das eleições presidenciais argentinas pela chapa do kirchnerista Alberto Fernández, que tem como vice a ex-presidente do país, Cristina Kirchner. Fernández segue sendo apontando como favorito para eleição presidencial que será realizada em outubro deste ano e já anunciou que não dará calote no FMI.

Após os resultados das primárias, Macri anunciou uma série de medidas de estímulo à economia, o que gerou críticas de aliados e a renúncia do então ministro da Fazenda, Nicolás Dujovne.

FMI responde e relata encontro com Fernández

Logo após a declaração do governo argentino o FMI emitiu uma nota em que aponta que esteve na Argentina e analisará o pedido de moratória. 

"Uma equipe do FMI liderada pelo Sr. Robero Cardarelli está retornando a Washington hoje, conforme agendado anteriormente. A equipe teve conversas produtivas com o Ministro da Fazenda da Argentina, Hernán Lacunza, e com o presidente do BCRA [Banco Central da República da Argentina], Guido Sandleris e suas respectivas equipes. A equipe do FMI também se reuniu com o Sr. Alberto Fernández e os membros de sua equipe econômica para compartilhar as visões sobre a economia argentina", diz a nota.

O texto publicado pelo FMI nesta quarta-feira (28) também fala relata que analisará o impacto do pedido do atual governo. O fundo ainda acrescenta que compreende que o as autoridades argentinas tomaram a medida para atender às necessidades de liquidez e proteger suas reservas.

"A equipe permanecerá em contato estreito com as autoridades no período adiante e o Fundo permanecerá com a Argentina neste momento de desafio", conclui a nota.

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