China encontra nova 'arma' para contra-atacar norte-americanos

As autoridades chinesas alertam seus cidadãos que pretendem viajar aos EUA para avaliarem os prós e contras antes de tomar a decisão.
Sputnik

O Ministério das Relações Exteriores da China, em conjunto com o da Cultura e Turismo, publicaram recentemente advertências sobre os perigos que os chineses podem enfrentar nos EUA, como violência e roubos nas ruas, entre outras coisas.

Além disso, emitiu uma advertência semelhante àqueles que pretendem estudar nas universidades norte-americanas.

Com o início da guerra comercial entre os dois países, os estudantes chineses reclamaram das dificuldades em obter o visto norte-americano, sendo que alguns foram até impedidos de completar o curso, pois não conseguiram renovar seus vistos.

Isso porque, em outubro do ano passado, a Administração de Trump emitiu instruções às embaixadas norte-americanas para endurecerem a política de vistos para os estudantes chineses, principalmente para aqueles que estudam tecnologias.

No entanto, recentemente, em Osaka, o líder norte-americano assegurou que os EUA querem mais estudantes chineses em suas universidades, afirmando que ele ainda espera que os chineses permaneçam nos EUA após concluírem seus estudos.

China encontra nova 'arma' para contra-atacar norte-americanos

Isso poderia significar um degelo nas relações entre os dois países. Por outro lado, Trump é movido por ideias puramente pragmáticas. A China é o maior provedor de estudantes estrangeiros para as universidades norte-americanas, que cobram valores altos. Sendo assim, perder uma fonte de ingressos estáveis terá um grande impacto, comentou Wang Xiaofeng, do Centro de Investigação dos EUA da Universidade de Fudan, com sede em Xangai.

"Primeiramente, a América é um ponto de atração para os estudantes da China. (....) Nos últimos anos, o número de chineses que vão aos Estados Unidos para estudar tem vindo a aumentar progressivamente", disse Wang Xiaofeng.

"Uma pessoa que vai a um acampamento de verão por um período curto paga vários milhares ou mesmo dezenas de milhares de dólares; e aqueles que vão para estudar por um período longo, pagam entre 50.000 e 80.000 dólares por ano. Há muitos destes estudantes", ressalta o especialista.

"Sendo assim, nesta área, os EUA possuem um claro superávit no comércio com a China. Depois da advertência emitida pelas autoridades chinesas, a indústria turística norte-americana, supostamente receberá muito menos ingressos", alertou.

Para muitos países, os turistas chineses são o motor mais potente do crescimento econômico. É estimado que o fluxo turístico proveniente da China possa chegar a 200 milhões de pessoas até 2020.

China encontra nova 'arma' para contra-atacar norte-americanos

"A China é um grande mercado para os EUA. No entanto, a indústria turística dos EUA não depende tanto da China [...]. Além disso, alguns cidadãos chineses planejaram suas vidas para estudar nos EUA, e não mudarão tudo agora. De fato, houve casos de ataques armados nos EUA, inclusive nos campus universitários. Além disso, foram os EUA que reforçaram os controles para os cidadãos chineses, então, a advertência é como uma represália", opinou o especialista.

Segundo o Escritório Nacional de Turismo e Viagens dos EUA, em 2018, o número de turistas chineses no país caiu 5,7 %.

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