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Bolsonaro representa 'um perigo para todos' com destruição da Amazônia, diz ONG dos EUA

A Rainforest Fund, uma organização não-governamental com sede nos EUA e co-fundada pelo cantor britânico Sting, condenou o presidente brasileiro Jair Bolsonaro por um aumento acentuado no desmatamento da porção brasileira da Floresta Amazônica.
Sputnik

De acordo com notícias citando dados de satélite, a destruição na Floresta Amazônica, que é considerada crucial para o meio ambiente global, aumentou nos últimos meses em quase 90% em comparação com o ano anterior.

O governo de Bolsonaro, um líder de direita que atua desde janeiro, vem incentivando o desmatamento a criar mais terras para a agricultura, disse uma importante autoridade brasileira à BBC, sob condição de anonimato.

"Infelizmente, o desmatamento devido à pecuária, construção de estradas, mineração, limpeza de árvores preciosas, etc [...] não pára, e o novo presidente do Brasil que quer acabar com as comunidades indígenas, sua cultura e seu modo de vida é um grande perigo para todos", declarou à Sputnik Franca Sciuto, presidente do conselho da Rainforest Fund.

Além de conter as altas temperaturas, a Floresta Amazônica é o lar de um grande número de povos indígenas, cuja subsistência pode ser ameaçada pelo desmatamento. O Brasil abriga 60% da Amazônia, que é a maior floresta tropical do mundo, e é vista como vital para a luta global contra as mudanças climáticas.

De acordo com dados da agência de pesquisas espaciais do Brasil, o desmatamento na maior floresta tropical do mundo totalizou 920 quilômetros quadrados (355 milhas quadradas) apenas em junho – um aumento de 88% em relação ao mesmo mês do ano passado.

Bolsonaro representa 'um perigo para todos' com destruição da Amazônia, diz ONG dos EUA

Ambientalistas alertaram que as fortes observações de Bolsonaro, que pedem o desenvolvimento da Amazônia e criticam a agência de fiscalização ambiental Ibama por distribuir multas em excesso, encorajariam os madeireiros e pecuaristas que tentam lucrar com o desmatamento.

"Bolsonaro agravou a situação [...] Ele fez um forte ataque retórico", comentou Paulo Barreto, pesquisador da organização não-governamental Imazon, à Agência Reuters.

Os novos dados coincidem com mais pressão sobre o governo para proteger o meio ambiente sob os termos do acordo de livre comércio entre a União Europeia (UE) e o Mercosul concordaram na semana passada. O Brasil tomará medidas se as preocupações com um aumento no desmatamento forem confirmadas, disse a ministra da Agricultura na quarta-feira.

O gabinete de Bolsonaro se recusou a comentar, dizendo que as questões seriam abordadas pelo Ministério do Meio Ambiente.

"Estamos adotando todas as medidas para combater o desmatamento ilegal", informou o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. "Esta semana tivemos 17 equipes de fiscalização simultaneamente em toda a Amazônia do Ibama".

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