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Bolsonaro chega ao G20 com pouco poder de barganha, diz analista

Com a frágil situação da economia brasileira, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) terá dificuldades durante o G20 em resistir à pressão que líderes europeus fazem sobre a política ambiental nacional. A avaliação é do cientista político da Universidade Federal de Ouro Preto Antônio Marcelo Jackson.
Sputnik

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, afirmou enxergar com "grande preocupação" o desmatamento na Amazônia e disse que pode ter uma "discussão clara" com Bolsonaro sobre o assunto. 

O presidente da França, Emmanuel Macron, também deu uma declaração forte e disse que não vai assinar um possível acordo comercial entre União Europeia e Mercosul caso o Brasil deixe o Acordo de Paris.

Bolsonaro chegou a afirmar durante a campanha presidencial que pretendia retirar o Brasil do acordo climático, mas recuou. 

"Nós temos exemplos para dar para a Alemanha sobre meio ambiente. A indústria deles continua sendo fóssil, utilizando carvão e a nossa não. Então eles têm muito o que aprender conosco", disse Bolsonaro após chegar no Japão para o G20. 

Na avaliação de Jackson dada à Sputnik Brasil, contudo, o Brasil terá poucas condições em resistir às objeções de importantes parceiros comerciais como Alemanha e França e que, apesar do discurso, Bolsonaro "não tem a menor preocupação com o meio ambiente".

"Eu só posso falar grosso se tiver condições de enfrentar o mundo", diz o professor da UFOP, que ressalta o 17° corte consecutivo na projeção do PIB brasileiro

Jackson também comentou a fala de Bolsonaro de que o Brasil não tem lado na atual guerra comercial entre Estados Unidos e China. Na avaliação do cientista político, o presidente acerta ao mudar seu tom bélico contra a China dada a importância de manter boas relações tanto com Pequim quanto com Washington. 

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