Petróleo a US$ 300: por que guerra entre Irã e EUA seria uma catástrofe para economia global?

Um possível conflito armado entre os EUA e o Irã levaria ao aumento dos preços do petróleo e a quedas nas bolsas por todo o mundo, avisa o analista político e econômico Shabbir Razvi.
Sputnik

Em sua entrevista ao canal de televisão RT, ele afirmou que os EUA entendem que o aumento dos preços de petróleo "terá um impacto dramático sobre a economia global".

Os preços de petróleo atingiram seu nível máximo em meio à escalada de tensões entre Washington e Teerã depois que os militares iranianos derrubaram um drone de reconhecimento estadunidense sobre o estreito de Ormuz que, segundo o Irã, violou o espaço aéreo iraniano.

Uma guerra entre os dois países poderia levar ao fechamento do estreito de Ormuz, o que seria catastrófico, avisou Razvi.

"De uma perspectiva puramente econômica, isso teria um enorme impacto", explicou ele, referindo que entre 25 e 40% do petróleo global é transportado pelo estreito de Ormuz entre Omã e o Irã.

Consequências graves para a economia global

Segundo o analista, o fechamento do estreito teria consequências graves para a economia global.

"Na verdade, não saímos da crise financeiro de 2008 [...] mas assim que rebentar a crise petrolífera isso terá um grande impacto. Alguns economistas estão dizendo que, se acontecer uma crise de grande escala na região do golfo [Pérsico], os preços do petróleo poderiam alcançar US$ 150 e até mesmo US$ 300 por barril", revelou ele.

Para Pazvi, o aumento brusco dos preços do petróleo levaria a que os mercados de valores desabassem e a outros desafios para a economia global.

"Em geral, penso que, se tal situação for efetivada como os falcões em Washington querem, isso será, do ponto de vista econômico e financeiro, catastrófico para o Japão, Índia, Europa e muitos outros países", disse ele.

Derrubada do drone

Em 20 de junho, o Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC) afirmou ter derrubado um drone Northrop Grumman RQ-4 Global Hawk dos EUA que teria invadido seu espaço aéreo na província de Hormozgan, perto do estreito de Ormuz.

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos, por sua vez, insiste que o veículo aéreo não-tripulado não estava em território iraniano, mas em águas internacionais, quando foi derrubado.

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