Análise: 'acordo do século' sobre Palestina é 'envelope sem figurinha'

É pouco provável que a parte econômica do assim chamado "acordo do século" seja posta em prática em conformidade com as expectativas dos palestinos, acha o analista.
Sputnik

Anteriormente, a Casa Branca apresentou a parte econômica do projeto de uma solução pacifica para o conflito israelo-palestino. Segundo o projeto, está planejado que US$ 50 bilhões (R$ 191,1 bilhões) sejam investidos nos países da região durante dez anos e que a Palestina deveria receber mais de metade dos investimentos para dobrar seu PIB em dez anos.

O analista econômico Vladimir Vasilyev, doutor em Economia e pesquisador principal do Instituto dos EUA e Canadá da Academia de Ciências da Rússia, comentou a parte econômica do acordo em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik.

"Isso é, simplesmente, uma tentativa de 'mostrar a cenoura'. Mas eu penso que, atualmente, por força de muitas circunstâncias, esses investimentos dificilmente serão realizados", disse ele.

De acordo com Vladimir Vasilyev, na melhor das hipóteses os investimentos chegariam à economia de Israel e, nesse caso, o desenvolvimento de Israel levaria ao crescimento da economia da Palestina, mas isso é pouco provável.

"Atualmente, os Estados Unidos estão reduzindo drasticamente o volume de sua ajuda para os Estados estrangeiros e, obviamente, os investidores privados acompanham isso com atenção. Mas os investidores privados, provavelmente, não irão fazer grandes investimentos em regiões afetadas por conflitos [...] Por isso, eu acho que [a proposta da Casa Branca] não é mais que uma promessa vazia, um envelope sem figurinha", concluiu Vladimir Vasilyev.

Vale ressaltar que os palestinos recusaram a mediação dos EUA na procura de uma resolução pacífica do conflito israelo-palestino.

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