OTAN: 70 anos de gastos absurdos para satisfazer 'patrões'

Você já se perguntou quanto custam as ações da OTAN e como seria possível gastar melhor todo esse dinheiro?
Sputnik

É correto afirmar que todo país precisa investir em defesa. Isso é necessário, já que nenhum país do mundo pode se considerar soberano sem "gastos militares". Entretanto, esta é a questão: vale a pena gastar € 20 bilhões (R$ 91,5 bilhões) anualmente com um exército que está às ordens de qualquer outro país?

Isso levanta uma questão, por que os países deveriam gastar dez vezes mais do que gastam países como Suíça, Suécia ou Finlândia, que não integram a OTAN e se encontram em uma posição e contexto geopolítico semelhante? Com isso, a Sputnik Itália expõe as principais questões ligadas aos interesses da OTAN e dos norte-americanos.

Os gastos são baseados no PIB, mas não serão considerados em um sentido absoluto, aproximadamente 1,3% aplicado ao PIB italiano corresponde a muito mais do que 1,3% do PIB sueco (segundo dados de 2009), ou seja, considerando a proporção, eles gastam o mesmo valor que a Itália.

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Excelente objeção, contudo, eles gastam com seu próprio exército, enquanto os exércitos da OTAN gastam sob as ordens de outro "patrão".

A Rússia, por exemplo, gasta quase 4% do PIB, mas nunca como os EUA, que em 2014 já gastavam 4,3% e continuam elevando essa taxa. Contudo, a Rússia não tem apenas um exército soberano, mas sim um exército capaz de ajudar a preservar a soberania até mesmo de seus aliados, e isso foi visto na Síria.

Se é preciso gastar todo esse dinheiro para ter bases militares de outros países em seu território, então é melhor fazer como a Islândia, que gasta apenas 0,1% em defesa, delegando tudo diretamente na OTAN com a base de Keflavík.

Ao invés disso, é gasto aquilo que se gasta para ter um exército normal e soberano sem que de fato seu exército seja nem uma coisa nem outra. O exército italiano não é normal, pois tem como pressuposto inicial o Tratado de Paris, firmado em 1947 com as potências aliadas que venceram a guerra.

Dessa forma, a Itália se comprometeu a aceitar as fortes limitações que sempre nos impediram de escolher os equipamentos por nós mesmos. A participação da OTAN fez com que muitas limitações fossem ultrapassadas, mas até hoje a Itália ainda não possui seus próprios porta-aviões, submarinos nucleares ou sistemas de lançamento.

Em compensação, em território italiano há até setenta ogivas nucleares que nem sequer são da Itália, mas sim norte-americanas, inclusive são administradas por eles.

Isso se sabe segundo investigações jornalísticas, já que essas informações são ultrassecretas, ou seja, a Itália não poderia por convenção manter armamentos nucleares, porém os norte-americanos podem mantê-los em território italiano e todos fingem que nada está acontecendo.

Além disso, o que é ainda mais grave, é que todo o sistema de defesa não foi concebido com base nas necessidades de "defesa" reaisdo país, nem mesmo nas necessidades da OTAN. Sendo assim, todo o sistema foi concebido para uso e consumo exclusivo dos EUA.

A Itália não tem nenhuma estrutura para seu próprio benefício em território italiano, sendo apenas uma base de lançamento, armazenamento, logística e fornecimento para os norte-americanos. Em caso de uma guerra, o país servirá apenas para os lançamentos e depois seremos pulverizados.

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Além disso, em caso de uma guerra, os inimigos só poderiam chegar a partir do sul e ao invés disso, a Itália participa de missões no nordeste para se defender dos amigos, quando deveria lutar contra o Daesh.

Isso, sem falar das missões "humanitárias" no Iraque ou no Afeganistão, que também custaram vidas humanas ao país.

Se você quiser ser soberano, então para um "serviço" desse tipo deverá pagar muito dinheiro e dizer "sim senhor, sim senhor!".

Depois de tudo, Trump afirma que a Itália gastou pouco pela "proteção" norte-americana e que deve elevar os gastos de alguma maneira, se alguma coisa ruim acontecer eles não se sentirão responsáveis.

Uma verdadeira defesa deveria ser feita por italianos pela Itália e no interesse dos italianos. Em conformidade com o artigo 11 da Constituição italiana. Contudo, os ativistas eleitorais veem de maneira diferente, o "chique nacional" italiano falará sobre as restrições orçamentárias e a autonomia de Bruxelas, esquecendo que Bruxelas não tem apenas a sede do Conselho, da Comissão e do Parlamento Europeu, como também tem o quartel-general da OTAN.

Sendo assim, tantos gastos necessários são interrompidos para satisfazer os interesses próprios dos "patrões", enquanto que o país fica defasado, sem melhorias e seu povo prejudicado.

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