'Palavras são nobres, fins são outros': analista sobre vontade dos EUA de criar novo acordo nuclear

Recentemente a mídia dos EUA divulgou a informação de que o presidente estadunidense Donald Trump está realizando conversações com várias agências americanas sobre a elaboração de um novo tratado nuclear, que, segundo Trump, deverá incluir a China e a Rússia.
Sputnik

Um alto funcionário do governo Trump sublinhou que o presidente norte-americano tem intenções de concluir um novo acordo de controlo de armas nucleares com a China e a Rússia, informou o canal CNN. O próprio Donald Trump declarou, em entrevista ao Fox News, que considera necessário que Moscou e Pequim eliminem o armamento nuclear. 

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Aleksei Podberezkin, diretor do Centro de Pesquisas Políticas e Militares do Instituto Estatal de Relações Internacionais de Moscou (MGIMO, na sigla russa), comentou, em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, as possíveis razões que levam Washington a falar da eliminação de armas nucleares.

Atualmente, as tecnologias avançadas permitem ao armamento convencional atingir a capacidade de arma estratégica. Ao mesmo tempo, os EUA têm o maior orçamento militar e investem muito na elaboração de material bélico sofisticado, opina Aleksei Podberezkin. 

"Por exemplo, se um míssil hipersônico alcançar um alvo tão grande como um porta-aviões, ele nem precisa de ogiva para partir o navio em dois. A precisão dos atuais mísseis de cruzeiro é cerca de um metro e meio, eles são capazes de aniquilar alvos estratégicos", disse o analista. 

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Segundo ele, os EUA planejam substituir as armas nucleares por armas convencionais de alta precisão, nas quais eles esperam no futuro alcançar vantagem. 

"Os meios de ataque a partir do ar e do espaço são capazes de substituir o armamento nuclear em termos de eficiência, mais os meios do sistema de defesa antimísseis de grande escala que eles estão criando, tudo isso pode ser usado não só para defesa, mas também para ataque", afirmou o diretor do Centro de Pesquisas Políticas e Militares. 

Nessas circunstâncias, não há necessidade do armamento nuclear, e os EUA podem promover a agenda de liquidação completa desse tipo de armas, afirma o analista. "As palavras são nobres, mas os fins são outros", concluiu Aleksei Podberezkin. 

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