ONU critica Arábia Saudita por decapitação de 37 homens

A chefe de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) criticou nesta quarta-feira (24) a decapitação de 37 cidadãos sauditas ocorrida nesta semana.
Sputnik

A Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, ressaltou que a maioria dos mortos era de muçulmanos da minoria xiita que podem não ter tido julgamentos justos e que ao menos três eram menores de idade quando condenados.

A Arábia Saudita afirma que realizou as execuções devido a crimes de terrorismo e está sendo cada vez mais questionada globalmente por seu histórico de direitos humanos desde o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi e pela detenção de ativistas dos direitos das mulheres.

Bachelet disse que é "particularmente repugnante" o fato de três dos mortos serem menores de idade.

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Ela disse que enviados da ONU expressaram preocupação com a ausência do devido processo legal e de garantias de julgamentos justos em meio a alegações de que as confissões foram obtidas por meio de tortura.

Na noite de terça-feira, a Anistia Internacional disse que a maioria dos que foram executados em seis cidades pertenciam à minoria xiita e que foram condenados em "julgamentos de fachada", incluindo ao menos 14 pessoas que participaram de protestos antigoverno na Província Oriental do país rico em petróleo em 2011 e 2012.

A entidade disse em um comunicado que um deles, Abdulkareem al-Hawaj, foi detido quando tinha 16 anos, o que torna sua execução uma "violação flagrante da lei internacional".

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Sediada em Londres, a Anistia disse que 11 dos executados foram condenados por espionar para o arquirrival de Riad, o Irã muçulmano xiita, e sentenciados à morte em 2016.

A Província Oriental de maioria xiita tornou-se um ponto focal de agitação no início de 2011, com manifestações pedindo o fim da discriminação e demandando reformas na monarquia sunita muçulmana. A Arábia Saudita nega qualquer discriminação contra os xiitas.

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