Por que EUA não querem participar do desfile naval multinacional da China?

A administração de Donald Trump bloqueou a possibilidade de embarcações e oficiais americanos de participarem do desfile naval multinacional da China em celebração ao 70º aniversário de criação da Marinha do Exército Popular de Libertação.
Sputnik

Mais de 60 países vão enviar delegações para o evento que acontecerá no dia 23 de abril na cidade de Qingdao. Segundo o Ministério da Defesa Nacional da China, entre os convidados que possivelmente enviarão navios estão Japão, Filipinas, Índia, Coreia do Sul, França e Rússia. 

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Ni Feng, vice-diretor da Academia Chinesa do Instituto de Ciências Sociais, relembrou ao jornal Global Times que os Estados Unidos enviaram navios para participar do desfile 10 anos atrás, reforçando que a China se desenvolveu militarmente, o que poderia explicar a recusa norte-americana de participar visto que agora o gigante chinês é encarado como competidor estratégico. 

Em abril de 2009, a Marinha dos EUA enviou o destróier Fitzgerald para participar do desfile. 

As relações militares entre os dois países vão continuar estabilizando a situação entre as partes, mas isso não significa que militares norte-americanos apoiarão os chineses, que vêm se fortalecendo mais e mais, disse Ni.

Analistas chineses indicaram também ao jornal que não é uma surpresa que os EUA tenham recusado o convite da China de participar do desfile, pois se trata da política norte-americana quando à China nos últimos anos.

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Um especialista chinês, que pediu anonimato ao jornal Global Times, comentou que é ridículo dizer que a presença de navios de guerra dos EUA pode reforçar a influência internacional da China, já que os chineses fazem isso por si só através de cooperação internacional e comunicação.

O analista observou que "os intercâmbios militares irão beneficiar ambos os lados, uma vez que aumentarão a compreensão e evitarão julgamentos errados. Ao reduzir a interação com a China, os EUA estão eliminando as oportunidades de conhecer a Marinha chinesa".

Se o Departamento de Estado norte-americano impedir que os navios de guerra dos EUA participem do desfile chinês, a China não se surpreenderá como algumas pessoas nos EUA que ainda mantêm de pé uma mentalidade de Guerra Fria, encaixando a nação chinesa na lista de inimigos imaginários. Essa maneira de pensar é prejudicial para as relações entre a China e os EUA, concluiu o especialista.

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